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Nassif defende reabertura das investigações sobre a morte de Teori Zavascki

Teori morreu dias depois de assegurar que enquadraria os abusos da Operação Lava Jato

Teori Zavascki. Foto: José Cruz / Agência Brasil

247 - O jornalista Luis Nassif defendeu que a morte do ministro Teori Zavascki seja novamente investigada diante dos novos elementos que emergem sobre a atuação da Lava Jato e do então juiz Sérgio Moro. A análise foi publicada originalmente no GGN e trouxe detalhes da chamada “caixa amarela” da 13ª Vara Federal de Curitiba, onde estariam guardados vídeos da conhecida “festa da cueca”. Para Nassif, esse material dá nova gravidade às denúncias do empresário Tony Garcia sobre mecanismos de chantagem atribuídos à operação.

Nassif afirma que a suposta existência dos vídeos fortalece o relato de Garcia, que afirma ter sido coagido por Moro a produzir gravações comprometedoras de autoridades. O jornalista argumenta que esse conjunto de denúncias ajuda a explicar a postura leniente do TRF-4, que durante anos validou as decisões da Lava Jato sem resistência.

Entre os episódios narrados por Tony Garcia, há acusações de grande impacto institucional. Segundo ele, “um desembargador, contrário à Lava Jato, foi sacrificado com base em denúncias falsas”. O empresário também afirma que dois ministros — Herman Benjamin, do STJ, e Luís Roberto Barroso, do STF — teriam sido alvos de chantagem. No caso de Barroso, Garcia relaciona a pressão a operações do Banestado, quando o ministro ainda atuava como advogado.

O texto de Nassif também destaca o depoimento da ex-juíza Luciana Bauer, que reforçou publicamente a acusação de ter sido agredida por Moro dentro de um elevador. Ela relata que o então magistrado teria segurado seu pescoço e que, após o episódio, viaturas suspeitas passaram a circular com frequência incomum em sua rua.

Diante desse conjunto de relatos, Nassif sustenta que é necessário reexaminar o acidente aéreo que matou Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. O jornalista lembra que, no documentário do GGN sobre a operação — prestes a ser divulgado —, o ministro Gilmar Mendes afirma que Teori morreu poucos dias depois de sinalizar que enfrentaria os abusos da força-tarefa.

Com a morte de Teori, a relatoria dos casos foi transferida para o ministro Luiz Edson Fachin, visto como “confiável” por integrantes da operação, conforme diálogos revelados pela Vaza Jato. Embora não haja qualquer evidência de envolvimento irregular de Fachin, Nassif destaca que a mudança ocorreu em um momento de forte disputa institucional.

Para o jornalista, a discussão ultrapassa o campo jurídico e envolve interesses econômicos expressivos — desde recursos bilionários que seriam destinados à chamada Fundação Lava Jato até disputas entre empreiteiras brasileiras e efeitos diretos sobre a Lei de Partilha da Petrobras. Nesse cenário, afirma Nassif, a reabertura das investigações sobre a morte de Teori Zavascki torna-se indispensável diante dos novos elementos que vieram à tona.

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