HOME > Brasil

Novas prisões sobre fraudes no INSS devem ocorrer nos próximos dias, diz presidente da CPMI

Carlos Viana diz que investigação sobre fraudes no INSS terá novas prisões e que há interessados em fazer acordo de delação

Carlos Viana (Foto: Saulo Cruz/Agência Senado)

247 - A investigação sobre o esquema de fraudes em aposentadorias do INSS deve resultar em novas prisões nos próximos dias, segundo o presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG). A afirmação, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, foi feita após a prisão do ex-presidente do instituto, Alessandro Stefanutto, durante a nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada nesta quinta-feira (13), pela Polícia Federal (PF). As

Viana também confirmou que outras pessoas já manifestaram interesse em firmar delações premiadas, o que pode acelerar o desdobramento das apurações sobre o esquema que envolve servidores, empresários e possíveis articuladores políticos.

Prisão de Stefanutto intensifica investigação

Em publicação no X, Viana afirmou que a apuração está apenas começando. “Isso é só o começo. Tem muita gente que ainda vai ser presa. Tem muita estrutura pública que vai cair. Tem muita verdade que vai aparecer”, escreveu o senador. Em entrevista, ele acrescentou que “há outras pessoas dispostas a fazer delação, inclusive a esta CPMI”.

Stefanutto, que assumiu o comando do INSS em julho de 2023, é investigado sob suspeita de ter permitido desvios durante sua gestão. Sua defesa classificou a detenção como “ilegal”. “Trata-se de uma prisão completamente ilegal, uma vez que Stefanutto não tem causado nenhum tipo de embaraço à apuração, colaborando desde o início com o trabalho de investigação”, disse a defesa.

Operação da PF mira parlamentares envolvidos

A etapa mais recente da Operação Sem Desconto cumpriu 63 mandados de busca e apreensão, incluindo ações contra parlamentares. Entre os alvos estão o deputado federal Euclydes Pettersen Neto (Republicanos-MG) e o deputado estadual maranhense Edson Cunha de Araújo, ambos citados em investigações sobre entidades envolvidas no esquema. Segundo a reportagem, nenhum dos dois se manifestou sobre o caso

Viana afirmou que a PF agora deve concentrar esforços no “primeiro núcleo” da organização criminosa, formado, segundo ele, por “políticos, pessoas que de governo a governo ajudaram, incentivaram ou indicaram esses servidores”.

CPI busca alcançar núcleo político do esquema

O senador ressaltou que há outros parlamentares envolvidos e que todos serão ouvidos no momento adequado pelo Supremo Tribunal Federal. Caso a comissão considere necessário, segundo Viana, novas convocações serão feitas.

Desde setembro, o relator da CPI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), já indicava que a investigação chegaria ao Congresso. Em outubro, ele manifestou intenção de convocar Pettersen e o senador Weverton Rocha (PDT-MA), cujo nome voltou a aparecer após revelações sobre sua relação profissional com uma empresa ligada ao contador de operações investigadas.

Relator prevê avanço sobre deputados e senadores

Ainda de acordo com a reportagem, Weverton mantém como administrador de uma das suas empresas o empresário Rodrigo Martins Correa, sócio da Voga, escritório que atuava na contabilidade de negócios associados ao investigado conhecido como “Careca do INSS”. O senador afirmou, por meio de sua assessoria, que a empresa presta serviços a ele há mais de uma década e que desconhecia os demais clientes.

A CPI votará ainda nesta quinta-feira a convocação de Edson Duarte, um dos alvos da operação, reforçando o avanço das investigações sobre o elo político do esquema de fraudes no INSS.

Artigos Relacionados