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PT debate criação do Ministério da Segurança em eventual novo mandato de Lula

Partido articula seminário no Rio para discutir recriação da pasta extinta

Edinho Silva, eleito presidente nacional do PT nesta segunda-feira (07) (Foto: Reprodução/Facebook)

247 - O Partido dos Trabalhadores (PT) pretende intensificar o debate sobre a criação do Ministério da Segurança Pública durante um seminário que será realizado nos dias 1º e 2 de dezembro, no Rio de Janeiro. A sigla reconhece que a proposta dificilmente sairá do papel no atual governo, mas já planeja pavimentar o caminho para um eventual quarto mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A informação foi divulgada pela coluna Painel da Folha de S.Paulo, que destacou a iniciativa como parte de uma estratégia do partido para retomar uma promessa de campanha de 2022 — a criação de uma pasta específica para a segurança pública.

O presidente nacional do PT, Edinho Silva, defendeu publicamente a proposta, afirmando que o tema não pode continuar subordinado à estrutura do Ministério da Justiça.

“Eu defendo que temos de criar, não dá para um tema que fica atrás apenas da saúde em importância para as pessoas, segundo as pesquisas, não ter um ministério próprio”, afirmou.

O dirigente aponta que as múltiplas atribuições da pasta da Justiça acabam diluindo a atenção à segurança pública.

“Acaba que essa área importantíssima fica diluída dentro dos outros temas da Justiça, como imigração, direitos difusos, relação com os demais Poderes, entre outros”, observou.

Durante o governo Lula, a proposta enfrentou resistência dos ministros da Justiça — primeiro Flávio Dino e, atualmente, Ricardo Lewandowski. Ambos só aceitaram o cargo com a condição de manter a segurança sob o mesmo guarda-chuva da Justiça.

Edinho explicou ainda que o seminário e o local do evento já estavam definidos antes da recente operação policial nas comunidades da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, mas reconheceu que o episódio reforçou a urgência do debate.

“Claro que agora isso ganha outro significado”, disse o dirigente.

O presidente do PT também criticou a chacina, que resultou em mortes e reacendeu o debate sobre a violência estatal.

“O precedente é muito grave. Aqueles que aplaudem a chacina dos filhos dos outros também podem ser as próximas vítimas. Se a polícia tem autorização para matar, esse poder não pode ser banalizado. A lei precisa ser cumprida, ou toda a sociedade estará exposta à mesma ilegalidade”, declarou.

Para ele, ações pontuais de enfrentamento ao crime ganham popularidade, mas não resolvem o problema estrutural da criminalidade.

“O crime organizado só será derrotado com inteligência e a articulação entre as forças policiais dos entes federados, como aconteceu na operação Carbono Oculto”, afirmou, em referência à ação da Polícia Federal contra o PCC em São Paulo.

Com o debate em torno da segurança pública ganhando força, o PT aposta em transformar o tema em bandeira política para um eventual novo mandato de Lula, buscando apresentar uma proposta institucional capaz de dar mais efetividade à política de segurança no país.

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