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Simone Tebet defende reação rápida e com conteúdo às fake news que provocam medo em eleitores indecisos

Lula reitera que mentiras no WhatsApp e redes são armas bolsonaristas e que reação a “fake news” deve apontar também propostas e verdades

Carlos Lupi, Simone Tebet, Manuela D'Ávila, Guilherme Boulos, André Janones e Ranfolfe Rodrigues (Foto: Reprodução)

Eduardo Maretti, da RBA - A senadora Simone Tebet, candidata do MDB à Presidência da República no primeiro turno, ocupa hoje posição de destaque na reta final para o segundo turno. Depois de declarar apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é vista com frequência diária em atividades de campanha. Ela foi uma das participantes de um encontro virtual de Comunicadores com Lula realizado na manhã desta terça-feira (18) pela coligação Brasil da Esperança. 

Tebet manifestou preocupação com a agilidade da reação ao grande volume de fake news que causam medo em pessoas que ainda possam estar indecisas. Segundo a pesquisa Ipec divulgada ontem, seriam 7% os que afirmam ainda não ter definido o voto. Ou seja, um percentual que representa cerca de 11 milhões de eleitores.

A senadora defendeu a reação a essas fake news, mas alertou que é preciso também “mostrar o governo desumano e desonesto de Bolsonaro”. 

Ela citou a questão da pandemia, com dados apurados na CPI de 2021, como uma nota fiscal de US$ 45 milhões que iriam a um paraíso fiscal para comprar a vacina Covaxin. Disse que tudo está comprovado por documentos oficiais da comissão do Senado. Além disso, falou da farsa do Auxílio Brasil de R$ 600 (o orçamento de 2023 não prevê esses valor) e da queda ilusória do preço da gasolina, que já voltou a subir.

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Sem margem de erro

A senadora destacou que, em suas passagens por São Paulo e Rio nos últimos dias, ficou surpresa com a quantidade de pessoas indecisas. Elas seriam influenciadas justamente por essa avalanche de fake news que causa medo, “apesar de as pesquisas não dizerem isso”. “Quando eu sugeri o branco da paz, a união de todas as cores, foi no sentido de dialogar com 8,5 milhões de pessoas (que votaram nela e em Ciro Gomes), fundamentais pra ganhar. Essa é uma eleição que não tem margem pra erro.”

O encontro desta terça, coordenado pelo prefeito de Araraquara, Edinho Silva, reuniu também apoiadores com forte atuação nas redes sociais, como o deputado André Janones (Avante-MG), a ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) e o deputado eleito Guilherme Boulos (Psol-SP). Gleisi Hoffmann (PT-RS) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), já integrantes da coordenação da campanha, participaram do evento, assim como o presidente do PDT, Carlos Lupi. A live foi acompanhada em tempo real por mais de 20 mil pessoas e estava com 40 mil acessos às 14h.

Mostrar Bolsonaro “desumano e desonesto“

Lula concordou com Simone Tebet. “Estamos enfrentando um cidadão que faz da mentira sua forma de fazer política. Ele diz textualmente que é necessário mentir, senão não ganha eleições. Se diz isso, não vai governar de verdade”, observou Lula. “A Simone disse uma coisa sagrada: a gente não pode ficar apenas tentando rebater as mentiras deles. Porque a gente precisa passar as mensagens positivas, das coisas que existem e vão existir. É preciso rebater as mentiras, e levar em cada resposta crítica uma proposta.”

Como tem dito em comícios, Lula pediu para a militância “ter a noção que o (WhatsApp) é a grande arma que (o bolsonarismo) utiliza pra passar as mentiras”. É preciso mostrar ao eleitorado que o governo Lula, por exemplo, regulamentou por lei a liberdade religiosa no país. “Nossa relação com a igreja e nossa relação religiosa  é a mais democrática possível.”

O ex-presidente pediu à coordenação de Comunicação para orientar as pessoas com propostas para compor a reação às fake news. “Ou seja, não é só ficar respondendo as coisas dele, (porque) não podemos entrar no ninho em que eles estão metidos.” Lula disse ainda que é preciso “dizer a verdade pra politizar a sociedade brasileira”, e que isso exige empenho antes e depois das eleições “pra desmontar essa máquina de mentiras criada no Brasil a partir de 2018, muitas vezes dirigida por robôs”.

Todos os participantes defenderam que, até o dia 30, é preciso estar nas ruas e nas redes para “organizar as forças democráticas, enfrentar o negacionismo, a barbárie e o fascismo”, afirmou Lula. “Bolsonaro não está sozinho, porque ele faz parte de uma corrente de extrema direita que age no mundo todo.”

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Trabalho coordenado nas redes

André Janones defendeu que os aliados trabalhem de forma coordenada, que é a forma como o bolsonarismo constrói sua rede nas plataformas de internet e redes sociais. Janones falou de “uma comunicação centralizada” e união de pautas, e não “cada um falar da pauta que bem entender” em suas redes sociais. Ele observou que o bolsonarismo usa “robôs humanos”, uma rede muito bem paga por empresários para realizar esse tipo de ação coordenada.

Segundo ele, o bolsonarismo trabalha com “mudanças repentinas” e fake news plantadas a todo momento para desviar de assuntos que não quer debater. A ideia é que a frente democrática não se deixe pautar pelos “robôs e humanos do bolsonarismo”.

Janones também convocou os apoiadores de Lula a divulgarem em suas redes e WhatsApp o Flow Podcast com Lula, que será transmitido ao vivo pelo canal do YouTube, a partir das 19h. “Será um evento mais importante do que o último debate”, acredita.

Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o time reunido virtualmente hoje “é a infantaria da guerra que vai ser travada contra um adversário atroz, difícil e criminoso”. O senador contou ter ido ao TSE contra “essa estrutura criminosa poderosíssima”. “Mas nada é mais efetivo do que a atuação de todos da militância. A atuação nesses próximo 12 dias vale a manutenção do regime democrático”, afirma. “Irão destruir o Brasil se não forem impedidos”, reforça Edinho Silva.

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Lupi: “Máfia com muito dinheiro de fora”

 Lupi destacou que a estrutura de Bolsonaro conta com recursos vindos de fora do país. “Estamos enfrentando uma máfia com muito dinheiro de fora”, disse, lembrando que ainda existe um inquérito sobre a fábrica de fake news que está em andamento no STF. “Um dia isso vai estourar.”

Manuela D’Ávila chamou a estrutura de fake news de “esquema de bandidagem”. Por isso, destacou a importância da rapidez para as respostas.

Nesse sentido, Guilherme Boulos citou “o episódio inaceitável” promovido por Bolsonaro e seus seguidores em Aparecida em 12 de o outubro, dia da padroeira do país, quando bolsonaristas “foram para fazer enfrentamento e algazarra dentro da Basílica”.

Boulos defendeu que a coligação e aliados precisa falar do “Brasil real, falar pra dezenas de milhões de brasileiros e brasileiras que convivem com a fome, o desemprego, a falta de investimento em educação e falta de oportunidades”.

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