‘Não é possível que 63 países que estão usando a Sputnik V estejam errados e só a Anvisa certa’, diz virologista da USP
À TV 247, Eurico Arruda desfez o “mito” do adenovírus replicante, utilizado pela Anvisa como principal argumento para vetar a importação da vacina russa. “Parece que é uma coisa gravíssima, e não é nada disso. Não existe esse negócio de que tem um adenovírus ali capaz de causar doença”, falou. Assista
247 - O virologista e epidemiologista Eurico Arruda, da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto, falou à TV 247 sobre a polêmica envolvendo a vacina russa contra a Covid-19, a Sputnik V, e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A Anvisa negou pedidos de autorização para a importação do imunizante ao Brasil e o fato gerou repercussões muito negativas contra o órgão, que foi inclusive atacado pelos fabricantes da Sputnik V.
Uma das justificativas dadas pela agência para rejeitar a vacina foi a presença de adenovírus replicante na substância. Arruda, no entanto, esclareceu que o componente não é tão grave quanto diz a Anvisa. “Essa palavra virou subitamente um mito. Parece que é uma coisa gravíssima, e não é nada disso. Não existe esse negócio de que tem um adenovírus ali capaz de causar doença. Isso é sacramentado”.
Para o especialista, o que está ocorrendo é falha de comunicação entre o órgão brasileiro e os desenvolvedores russos. Ele diz acreditar que, mais cedo ou mais tarde, as dúvidas serão sanadas e o imunizante estará sendo aplicado nos brasileiros. “Eu acho que isso vai ser esclarecido porque não é possível que todos esses 63 países que estão usando a Sputnik estejam usando uma vacina defeituosa, errada. Pensem bem, as evidências são contra isso. A vacina está sendo usada na Argentina com redução larga no número de casos de Covid-19 por lá”.
“Milhões de pessoas estão sendo vacinadas com essa vacina. Essa vacina foi vendida para vários países. Vamos dar aos técnicos da Anvisa todo o crédito de que eles fizeram o trabalho deles honesto, de que eles não sofreram influência política, de que eles trabalharam tecnicamente e de que produziram aquela unanimidade porque, de fato, o processo estava cheio de problema. É a hora agora de pedir os esclarecimentos devidos e os esclarecimentos serem dados dentro de pouco tempo. Eu espero que isso aconteça amanhã, aconteça urgentemente, porque nós precisamos de vacina no Brasil”, completou.
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