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CPI Covid

Áudios apontam lobby de militar para a Davati

Segundo um áudio entregue à CPI da Covid, o tenente-coronel da reserva do Exército Marcelo Blanco, ex-assessor do Departamento de Logística (DLOG) do Ministério da Saúde, atuou em conjunto com o ex-diretor de logística da pasta Roberto Dias para negociar 400 milhões de doses da AstraZeneca ao governo, mas a empresa Davati não possuía as doses

Coronel Marcelo Blanco (Foto: Reprodução (TV Câmara))
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247 - A CPI da Covid obteve um áudio apontando que o tenente-coronel da reserva do Exército Marcelo Blanco, ex-assessor do Departamento de Logística (DLOG) do Ministério da Saúde, usou o cargo para abrir caminho a um interessado em vender 400 milhões de doses inexistentes de vacina contra Covid-19.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, as mensagens com as orientações foram enviadas cerca de 40 dias após o militar deixar o ministério. Os áudios sugerem uma atuação de Blanco em conjunto com o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Dias.

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Representante da Davati Medical Supply, Cristiano Alberto Hossri Carvalho foi quem entregou as gravações, mantidas sob sigilo, à CPI. A empresa propôs vender até 400 milhões de doses da AstraZeneca ao governo, mas a Davati não representava a farmacêutica e não possuía as doses.

No dia 3 de março, Blanco enviou um áudio a Carvalho dando orientações sobre como acessar Dias. O coronel havia sido exonerado em 19 de janeiro. "Então, me faz uma gentileza, faz em nome do Roberto e manda naquele e-mail dele, do Roberto, né, e do DLOG. São dois e-mails que eu passei para o Dominghetti. Dele, Roberto, institucional, e do próprio departamento institucional. Entendeu?", orientou Blanco em referência ao policial militar Luiz Paulo Dominghetti, que também se apresentou como representante da Davati.

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O segundo áudio também citou Dominghetti. "Cristiano, só uma dúvida aqui. A representação não ia se dar por intermédio do Dominguetti? Ou eu entendi errado? É, porque aí no caso é você representando, né? Nessa carta, né?".

Cabo da PM de Minas, Dominghetti tinha aval de Carvalho para negociar vacinas em Brasília (DF). O policial disse ter ouvido de Dias pedido de propina de US$ 1 por dose para fechar o acordo.

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A mensagem de Blanco foi posterior ao jantar em que, segundo Dominghetti, a cobrança de propina teria sido apresentada, em 25 de fevereiro. 

Blanco disse que não negociou as vacinas e passou apenas uma orientação a Carvalho. "Eu oriento, (que) seja enviado nos e-mails institucionais, justamente para dar uma clareza e uma transparência de um ato lícito", afirmou. "Eu jamais articulei ou intermediei nada. Eu só orientei: ‘Cara, envia nos e-mails institucionais’. Porque ali a coisa é formal. Foi tão somente isso", disse.

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No depoimento à CPI, em 15 de julho, Carvalho disse que, após o jantar que Dominghetti teve com Blanco e com Dias, "me foi reportado que tinha um pedido de ‘comissionamento extra’ para o grupo do Blanco". De acordo com ele, Blanco o procurou pela primeira vez em 1.º de março. "Aparentemente, o Roberto Dias havia indicado Marcelo Blanco para negociar comigo, porque ele falava em nome do Roberto Dias o tempo todo", acrescentou.

O coronel negou pedido de propina. "Que grupo? Chega a ser hilário um negócio desses. Me colocou como chefe de quadrilha", disse.

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Ao depor na CPI da Covid, Dias desconversou sobre seu vínculo com Blanco. "É um ex-colega de trabalho", afirmou. 

Em nota, a defesa de Dias afirmou que "falas, escritas e/ou posicionamentos do coronel Blanco devem ser a ele questionados". "Desconheço quaisquer desses diálogos com a minha pessoa, eis que nunca representaram um posicionamento meu ou do departamento", acrescentou.

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