Trilhas das Memórias Negras terá última edição do ano em 13 de dezembro
Atividade, idealizada pela consultoria Inaperê, convida o público a percorrer o Centro de São Paulo sob uma perspectiva afro-indígena
247 - A última edição do ano das “Trilhas das Memórias Negras”, iniciativa que percorre o Centro de São Paulo recontando a história da cidade e do país a partir da perspectiva de ícones negros e indígenas, promove sua caminhada final de 2025 no sábado (13).
Idealizado pela Inaperê, consultoria especializada em DE&I, o percurso sai da Catedral da Sé em direção ao Largo do Arouche, das 9h às 12h30. As inscrições estão disponíveis na plataforma Sympla, por meio da busca por "Trilhas das Memórias Negras". Parte da arrecadação será destinada à biblioteca da Favela da Paz, no bairro do Limão, na capital paulista.
Segundo a divulgação oficial, as Trilhas se inspiram nas trajetórias de figuras históricas como Luiz Gama, Dandara dos Palmares, Zumbi, Tebas e Luísa Mahin.
A história das Trilhas - O projeto surgiu de uma inquietação dos professores Leonardo Bento, Andréa Ladeira e outros parceiros, que idealizaram uma caminhada educativa pelo Centro da cidade.
A atividade tem início na escadaria da Sé e inclui paradas em pontos simbólicos, como a escultura em homenagem a Tebas, a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, o busto de Luiz Gama e as estátuas da Mãe Preta e de Zumbi dos Palmares.
As “Trilhas das Memórias Negras” são descritas pelos organizadores como uma vivência pedagógica que convida o público a revisitar a "história oficial" do Brasil sob outra ótica: a das populações negras e indígenas, cujas existências foram precarizadas e suas narrativas silenciadas ao longo dos séculos.
“Não é turismo, nem passeio. É formação. Nosso objetivo é que cada pessoa saia da Trilha mais consciente, mais crítica e com ferramentas concretas para agir contra o racismo estrutural em seu cotidiano”, explica Leonardo Bento, historiador e sócio-fundador da Inaperê.
Durante o percurso, os educadores propõem um exercício de letramento racial e histórico: os participantes são convidados a “ler” a cidade, identificando como o espaço urbano expressa as marcas do racismo estrutural. Cada parada — seja diante de uma escultura, igreja ou monumento — expõe tanto os silenciamentos quanto as resistências que moldaram a formação social brasileira.
“É um processo de desaprendizado e reconstrução. As pessoas se emocionam, questionam e voltam para casa com um novo olhar sobre o cotidiano”, destaca Andréa Ladeira, historiadora e cofundadora da consultoria.
A iniciativa ocorre uma vez por mês, sempre em uma manhã de sábado.



