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BNDES libera R$ 200 milhões para a Eve, startup de carros voadores da Embraer

Subsidiária avança no desenvolvimento de aeronaves elétricas após novo financiamento do banco de fomento

Protótipo de aeronave desenvolvida pela Eve em Gavião Peixoto 03/07/2024 (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social aprovou um novo financiamento de R$ 200 milhões para a Eve, subsidiária da Embraer dedicada à criação de aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical. A operação reforça o apoio estatal ao projeto de eVTOLs — tecnologia que coloca a empresa entre os principais competidores globais do setor.

O aporte se soma à participação acionária adquirida em agosto pela BNDESPar, que passou a deter 4% da companhia. O banco informou que os recursos adicionais permitirão preparar o veículo para a campanha de testes necessária à certificação de tipo junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Em nota divulgada pelo BNDES, o diretor financeiro da Eve, Eduardo Couto, afirmou que o financiamento impulsionará uma etapa fundamental do processo de fabricação. Segundo ele, o investimento acelerará a “integração do sistema de propulsão elétrica, que garantirá desempenho, segurança e confiabilidade à nossa primeira aeronave certificável”, considerada “crítica” para o avanço do projeto.

A entrada da BNDESPar na estrutura societária da Eve ocorreu durante uma oferta de ações em que a empresa, listada na Bolsa de Nova York, levantou US$ 230 milhões. O BNDES, sozinho, aportou R$ 405,3 milhões na operação. Desde 2022, a instituição já aprovou R$ 1,2 bilhão em linhas de crédito destinadas a apoiar o desenvolvimento de diferentes fases dos eVTOLs, incluindo dois empréstimos no último ano, de R$ 500 milhões e R$ 200 milhões.

O presidente do banco, Aloizio Mercadante, destacou que “a fabricação do eVTOL é uma inovação disruptiva” e reforçou o compromisso da instituição com o avanço da tecnologia no país. Ele afirmou ainda que a meta é ver o primeiro voo da aeronave em 2026, coincidindo com os 120 anos do feito histórico de Santos Dumont. Segundo os comunicados mais recentes da Eve, o voo inaugural do protótipo em escala real está previsto para ocorrer na virada deste ano.

A companhia projeta um mercado em forte expansão nas próximas décadas. Um estudo divulgado em junho aponta que, até 2045, a mobilidade aérea urbana poderá gerar receita global de US$ 280 bilhões, com demanda estimada de 30 mil aeronaves para transportar 3 bilhões de passageiros. A Eve mantém um pipeline de pedidos não vinculantes que soma cerca de 2,8 mil eVTOLs, equivalente a uma receita potencial de US$ 14 bilhões.

As aeronaves serão produzidas em Taubaté (SP). A nova fábrica, prevista para operar em instalações antes utilizadas pela Embraer, deverá receber investimentos estimados em US$ 90 milhões.

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