HOME > Economia

Dieese: novo salário mínimo deve injetar R$ 81,7 bilhões na economia em 2026

Reajuste de 6,79% terá impacto direto sobre 61,9 milhões de brasileiros e amplia renda, consumo e arrecadação, segundo estudo do departamento intersindical

Dieese: novo salário mínimo deve injetar R$ 81,7 bilhões na economia em 2026 (Foto: Romulo Faro)

247 - O novo salário mínimo previsto para entrar em vigor em 1º de janeiro e começar a ser pago em fevereiro de 2026 deverá injetar R$ 81,7 bilhões na economia brasileira, de acordo com estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O valor do salário mínimo passará para R$ 1.621, representando um reajuste nominal de 6,79% em relação ao piso atual. Segundo o Dieese, esse aumento tem efeitos amplos porque o salário mínimo funciona como referência para uma parcela expressiva dos rendimentos e benefícios pagos no país.

De acordo com o levantamento, cerca de 61,9 milhões de brasileiros terão seus rendimentos diretamente influenciados pelo novo valor do mínimo. Dentro desse grupo, 29,3 milhões são aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), 17,7 milhões são empregados, 10,7 milhões trabalhadores autônomos, 3,9 milhões empregados domésticos e 383 mil empregadores.

O Dieese destaca que o impacto econômico do reajuste vai além do aumento da renda individual. Ao elevar o poder de compra de milhões de pessoas, o salário mínimo tende a estimular o consumo, aquecer a atividade econômica e ampliar a arrecadação de impostos, mesmo em um cenário de restrições fiscais mais rígidas.

O valor do novo salário mínimo segue as regras definidas pela Lei 14.663, de agosto de 2023, que instituiu a política permanente de valorização do piso nacional. A correção anual leva em conta dois fatores: a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do ano anterior e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.

Para o salário mínimo de 2026, no entanto, o cálculo sofreu uma limitação imposta pelo novo arcabouço fiscal, estabelecido pela Lei Complementar 200/2023, que criou um teto para o crescimento real das despesas da União.

Assim, de acordo com o Dieese, a inflação de 4,18%, medida pelo INPC acumulado de dezembro do ano passado a novembro deste ano, será incorporada integralmente ao reajuste. Já o crescimento do PIB, que foi de 3,4%, será limitado a 2,5%, percentual máximo permitido pelo novo regime fiscal.

A combinação desses dois fatores resulta em um aumento nominal de R$ 103 no salário mínimo, elevando o valor para R$ 1.621 a partir de janeiro de 2026.

Artigos Relacionados