Fechamento de mercados hoje (14/10): Ibovespa, bolsas globais, dólar e commodities
No cenário internacional, a tensão comercial entre Estados Unidos e China voltou ao foco dos investidores
247 - A bolsa de valores de São Paulo fechou perto da estabilidade nesta terça-feira (14), com desempenho robusto de papéis como Embraer, que saltou quase 5% após receber novo pedido de aviões. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação negativa de 0,07%, a 141.682,99 pontos, após marcar 141.334,32 na mínima e 142.588,97 na máxima do dia. O volume financeiro somou R$ 19,5 bilhões, segundo dados divulgados pela agência Reuters.
No cenário internacional, a tensão comercial entre Estados Unidos e China voltou ao foco dos investidores após os países passarem a cobrar taxas portuárias adicionais de empresas de transporte marítimo. Para piorar, o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou encerrar alguns laços comerciais com a segunda maior economia do mundo. Ele disse nesta terça-feira que está considerando encerrar alguns laços comerciais com a China, inclusive em relação ao óleo de cozinha.
"Acredito que o fato de a China propositalmente não comprar nossa soja e causar dificuldades para nossos produtores de soja é um ato economicamente hostil. Estamos considerando encerrar os negócios com a China relacionados ao óleo de cozinha e outros elementos do comércio, como retribuição", escreveu Trump nas mídias sociais. "Como exemplo, podemos facilmente produzir óleo de cozinha nós mesmos, não precisamos comprá-lo da China", acrescentou.
Mais cedo, o Bank of America publicou sua pesquisa com gestores mostrando que a maior parte (54%) vê o Ibovespa acima dos 160 mil pontos até o final de 2026, enquanto 17% enxergam o índice acima de 180 mil.
Wall Street
Em Nova York, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário nos EUA, fechou com declínio de apenas 0,16%, com resultados trimestrais de grandes bancos também ocupando as atenções no início da temporada de balanços da maior economia do mundo.
Uma série de grandes instituições financeiras relatou resultados sólidos sobre o forte desempenho no segmento de bancos de investimento, o que impulsionou o setor de bancos do S&P 500.
O Wells Fargo avançou 7,15%, sua maior alta percentual em um dia desde novembro de 2024, e o Citigroup saltou quase 4% depois que ambos superaram as estimativas de lucro para o terceiro trimestre.
Os investidores também redobraram a atenção depois que o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, indicou que o banco central dos EUA pode encerrar em breve a redução de seu balanço patrimonial, aliviando as preocupações com o aperto das condições financeiras.
A meta é vista como histórica, um esforço de longa data do Fed para reduzir o tamanho de seus ativos, amplamente conhecido como aperto quantitativo, ou QT, pode estar se aproximando.
Powell disse que "podemos nos aproximar desse ponto nos próximos meses". Seus comentários foram extraídos do texto de um discurso preparado para ser proferido em uma reunião realizada pela Associação Nacional de Economia Empresarial na Filadélfia.
Europa
O índice pan-europeu STOXX 600 caiu 0,4%, reduzindo algumas perdas depois de atingir uma mínima de quase duas semanas na sessão. As ações foram impactadas por uma queda acentuada da Michelin, enquanto os investidores permaneciam de olho na crise política na França.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,10%, a 9.452,77 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,62%, a 24.236,94 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,18%, a 7.919,62 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,22%, a 42.075,66 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,29%, a 15.586,40 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,02%, a 8.228,32 pontos.
Dólar
Após avançar para acima dos R$ 5,50 pela manhã, o dólar perdeu força ante o real e encerrou a terça-feira em leve alta, acompanhando a perda de força da moeda norte-americana no exterior.
O dólar à vista fechou com leve alta de 0,19%, aos R$ 5,4709. No ano, a divisa acumula queda de 11,46%. Às 17h17, na B3 o dólar para novembro -- atualmente o mais líquido no Brasil -- subia 0,26%, aos R$ 5,4995.
Petróleo
Os preços do petróleo fecharam com queda de 1,5%, após a Agência Internacional de Energia alertar sobre um excesso de oferta em 2026.
Os contratos futuros do petróleo Brent caíram 1,5%, para fechar a US$ 62,39 por barril. O petróleo West Texas Intermediate dos EUA (WTI) caiu 1,3%, a US$ 58,70. Ambos os contratos estavam em uma mínima de cinco meses.
Cacau
Os contratos futuros de cacau na ICE fecharam nesta terça-feira com leve alta, ainda próximos das mínimas de um ano e meio, em meio ao início da nova safra na África Ocidental e à persistência das preocupações com a demanda, enquanto o café arábica se recuperou e alcançou a máxima de um mês.
O cacau em Londres subiu 52 libras, ou 1,2%, para 4.218 libras por tonelada, depois de ter tocado uma mínima de mais de um ano e meio, de 4.029 libras, na segunda-feira.
Açúcar
O açúcar bruto subiu 0,27 centavos de dólar, ou 1,7%, a 15,88 centavos de dólar por libra-peso, tendo atingido uma mínima de três semanas de 15,36.
O açúcar branco subiu 1,5%, para US$ 450,80 a tonelada.
Café
O café arábica subiu 14,45 centavos de dólar, ou 3,8%, para US$ 3,9965 por libra-peso, depois de atingir o valor mais alto desde meados de setembro, de US$ 4,0525.
Há preocupações renovadas com o clima seco no Brasil, o maior produtor, e os meteorologistas esperam condições de seca por volta de 20 de outubro até o final do mês. Os negociantes também estão preocupados com a queda dos estoques de café arábica, que foram os mais baixos desde março de 2024.



