Fundo Garantidor de Crédito terá que gastar R$ 41 bilhões para cobrir rombo do Banco Master
Instituições liquidadas reúnem cerca de 1,6 milhão de credores com depósitos e investimentos cobertos pelas regras do FGC
247 - O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) divulgou nesta terça-feira (18) uma nota para comentar sobre a intervenção nas instituições do conglomerado do Banco Master, alvo da Operação Compliance Zero, que apura suspeitas de fraudes financeiras. Foram decretadas as liquidações extrajudiciais do Banco Master, Banco Master de Investimento, Banco Letsbank e da Master Corretora de Câmbio.
Conforme dados divulgados pelo jornal Valor Econômico, as instituições liquidadas reúnem cerca de 1,6 milhão de credores com depósitos e investimentos cobertos pelas regras do FGC, somando aproximadamente R$ 41 bilhões. O fundo destacou que os pagamentos seguirão suas normas internas e que, embora não exista prazo legal para iniciar o ressarcimento, o tempo médio para que isso ocorra costuma ser de 30 dias.
O FGC orientou que seu aplicativo oficial está disponível na Apple Store e no Google Play, permitindo que os credores realizem cadastro e acompanhem o andamento do processo por meio de notificações.
Em nota citada pela fonte original, o fundo afirmou ainda que, ao final do terceiro trimestre, possuía patrimônio de R$ 160 bilhões, dos quais R$ 122 bilhões estavam em caixa, assegurando capacidade financeira para cobrir os depósitos das instituições do conglomerado Master.
Prisões e apreensões
A fase mais recente das investigações também resultou em apreensões realizadas pela Polícia Federal. Os agentes recolheram um avião atribuído ao proprietário do Banco Master, Daniel Vorcaro, avaliado em cerca de R$ 200 milhões, além de relógios, veículos de luxo, obras de arte e cerca de R$ 1,6 milhão em dinheiro.
A operação levou à prisão de Daniel Vorcaro, de seu sócio Augusto Lima, do diretor de riscos Luiz Antônio Bull, do sócio Ângelo Antônio Ribeiro da Silva e do superintendente executivo de tesouraria, Alberto Felix de Oliveira Neto. Outras duas prisões temporárias também foram efetuadas: André Felipe de Oliveira Seixas Maia, diretor da consultoria Tirreno e sócio da instituição financeira Cartos, e Henrique Souza e Silva Peretto, ligado a uma fintech.
As ações fazem parte do avanço das investigações sobre supostas irregularidades financeiras envolvendo o grupo, que agora passa pelo processo de liquidação extrajudicial enquanto o FGC inicia os preparativos para o ressarcimento dos credores.



