247 – O Banco Central do Brasil recebeu, ao longo de vários anos, alertas formais e informais sobre riscos crescentes envolvendo o Banco Master, liquidado nesta semana em meio a acusações de fraude e má gestão de ativos.&nbsp;
As <a href="https://www.bloomberg.com/news/articles/2025-11-20/brazil-s-central-bank-was-warned-for-years-of-banco-master-risks?accessToken=eyJhbGciOiJIUzI1NiIsInR5cCI6IkpXVCJ9.eyJzb3VyY2UiOiJTdWJzY3JpYmVyR2lmdGVkQXJ0aWNsZSIsImlhdCI6MTc2MzY3NDY3NSwiZXhwIjoxNzY0Mjc5NDc1LCJhcnRpY2xlSWQiOiJUNVpRMzNUOTZPU0kwMCIsImJjb25uZWN0SWQiOiI0MEY1MDc0MUMwQjU0OTE4OTM0QTQ4M0NFMUY5QTkzOCJ9.KfKdkEm07xQgPBXBhdGUCVrnHUpndBY9s68yv7TmDuk&amp;embedded-checkout=true">revelações foram publicadas pela Bloomberg</a>, que teve acesso a relatos de executivos do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e de grandes bancos brasileiros que, repetidamente, manifestaram preocupação sobre o ritmo acelerado de expansão da instituição e sobre a existência de ativos considerados opacos. A mesma <a href="https://www.brasil247.com/blog/e-preciso-investigar-o-papel-de-roberto-campos-neto-na-fraude-do-banco-master">denúncia foi feita hoje pelo jornalista Aquiles Lins</a>, colunista do Brasil 247.
Segundo a reportagem, executivos do FGC — principal órgão responsável por proteger depositantes — enviaram diversas cartas de advertência ao Banco Central, enquanto dirigentes de grandes bancos, que financiam o fundo, também procuraram diretamente a autoridade monetária. Fontes ouvidas pela Bloomberg afirmam que algumas dessas conversas foram feitas pessoalmente com o então presidente do BC, Roberto Campos Neto, que teria prometido agir diante dos alertas.
Campos Neto deixou o comando da autarquia em janeiro e hoje integra o conselho da Nu Holdings. Ele foi sucedido por Gabriel Galípolo, que agora enfrenta o desafio de conduzir os desdobramentos da maior liquidação bancária já acionada pelo FGC.
<h2>FGC nega comunicações fora dos canais oficiais</h2>
Em nota enviada à Bloomberg, o FGC afirmou que mantém, desde 2019, um acordo de cooperação com o Banco Central que prevê troca regular de informações, mas negou reconhecer declarações atribuídas a seus administradores de forma anônima, bem como a existência de comunicações fora dos canais institucionais.
O ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto, não comentou o caso. A autarquia também não respondeu imediatamente aos pedidos de posicionamento.
<h2>A maior liquidação da história do FGC</h2>
Na terça-feira, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master. O FGC informou que precisará desembolsar 41 bilhões de reais para indenizar aproximadamente 1,6 milhão de credores, o maior valor já mobilizado pelo fundo. O impacto pode chegar a 55 bilhões de reais se outras instituições menores vinculadas ao caso também forem liquidadas, segundo fontes consultadas pela reportagem.
O FGC possui atualmente cerca de 160 bilhões de reais em ativos, incluindo 122 bilhões de reais em liquidez imediata, mas será necessário um processo de recapitalização a partir do próximo ano. Os maiores bancos do país deverão antecipar contribuições futuras para recompor o caixa, em um processo que pode levar anos.
O fundo destacou que não há prazo regulamentar para o reabastecimento e que o tema será discutido levando em conta os efeitos sistêmicos e a necessidade de preservar sua capitalização.
<h2>Prisão do CEO e ativos difíceis de vender</h2>
O CEO do Master, Daniel Vorcaro, foi preso no âmbito de uma investigação da Polícia Federal sobre fraudes. Vorcaro e seus sócios adquiriram um pequeno banco em 2017, modificaram sua estratégia e impulsionaram seu crescimento agressivo a partir de captação com investidores individuais, amparados pela cobertura do FGC — mecanismo que exige maiores contribuições quanto maiores forem os depósitos.
Vorcaro afirmou previamente estar disposto a cooperar com as autoridades. O FGC cobre até 250 mil reais por investidor, com limite de 1 milhão de reais a cada quatro anos.
Grande parte dos ativos do Master era composta por fundos de crédito e fundos de participação em ações — instrumentos de baixa liquidez em comparação com títulos públicos. Segundo a Moody’s, esses ativos representavam 69% das reservas líquidas do banco em junho de 2024.
Diretores de outras instituições financeiras disseram à Bloomberg, sob anonimato, que havia preocupação generalizada no mercado pela dificuldade de se compreender exatamente qual era o modelo de negócios do Master — ponto que também foi levado ao Banco Central.
<h2>Operações com o BRB e rejeição de compra pelo BC</h2>
O colapso do Banco Master também envolve operações investigadas com o Banco de Brasília (BRB). No fim de 2024, a Polícia Federal e o Ministério Público abriram investigação sobre a venda de carteiras de crédito do Master ao banco brasiliense.
Em março deste ano, o BRB chegou a anunciar a compra do Master, negócio que foi duramente criticado por representar, segundo analistas, um possível resgate público a uma instituição considerada de alto risco. Em setembro, o Banco Central vetou a operação.
O então presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, deixou o cargo e, segundo a imprensa local, está atualmente nos Estados Unidos.
Em nota enviada à Bloomberg, o BRB afirmou que notificou o Banco Central sobre suas transações com o Master assim que identificou o envolvimento não autorizado de terceiros, violando cláusula que exigia que todos os créditos tivessem origem no próprio banco. A instituição disse ainda que cumpriu imediatamente a determinação do BC para interromper as operações.
<h2>Impacto sistêmico e alerta para o modelo de supervisão</h2>
A reportagem da Bloomberg destaca que o caso Master se tornou um dos maiores testes recentes para o sistema de regulação financeira brasileiro. A sucessão de alertas ignorados e a magnitude do rombo que recairá sobre o FGC colocam em xeque a eficácia da supervisão exercida pelo Banco Central durante a gestão de Roberto Campos Neto.
O episódio reacende o debate sobre falhas estruturais no monitoramento de instituições que crescem rápido demais, com estruturas complexas e alta dependência de captação coberta pelo seguro de depósitos.

Redação Brasil 247

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Economia

Bloomberg aponta omissão de Roberto Campos Neto na fiscalização do Banco Master

247 – A exposição das grandes plataformas digitais de investimentos aos CDBs do Banco Master alcançou cifras bilionárias e colocou o sistema de garantias no centro do debate financeiro. As informações <a href="https://pipelinevalor.globo.com/mercado/noticia/quanto-xp-btg-e-nubank-venderam-em-cdbs-do-master.ghtml">foram publicadas pelo Pipeline</a>, que detalhou os volumes distribuídos por XP, BTG Pactual e Nubank antes da liquidação extrajudicial do Master decretada pelo Banco Central.
Segundo o FGC, R$ 41 bilhões em CDBs do Banco Master e 1,6 milhão de credores são elegíveis ao pagamento da garantia. Desse montante, aproximadamente R$ 36 bilhões foram distribuídos pelas três maiores plataformas digitais, de acordo com fontes do mercado ouvidas pelo jornal.
<h2>XP liderou a distribuição de CDBs do Master</h2>
A XP aparece como a instituição financeira com maior volume vendido. Segundo o levantamento, a plataforma distribuiu R$ 26 bilhões em CDBs do Banco Master, além de R$ 4 bilhões em papéis do Will Bank, que pertence ao Banco Master Múltiplo, mas não foi incluído na liquidação extrajudicial.
O BTG Pactual distribuiu R$ 6,7 bilhões em títulos do Master, enquanto o Nubank movimentou cerca de R$ 2,9 bilhões. Em todos os casos, as fontes afirmam que mais de 99% dos investimentos estão cobertos pelo FGC, já que correspondem a aplicações inferiores a R$ 250 mil por CPF.
Os valores apresentados refletem o estoque atual de papéis em carteira. O volume histórico vendido por essas instituições, considerando títulos já liquidados ou resgatados ao longo do tempo, ultrapassa esse total.

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Negócios

XP foi a instituição financeira que distribuiu mais CDBs do Banco Master

247 – O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) anunciou que vai indenizar cerca de 1,6 milhão de investidores afetados pela liquidação do Banco Master, decretada pelo Banco Central nesta terça-feira (18). A notícia foi divulgada <a href="https://einvestidor.estadao.com.br/ultimas/fgc-liquidacao-banco-master-pagamentos-restituicao/?_gl=1*jcmg7f*_gcl_au*NTYzMDI0MTg5LjE3NjI3NTk4MzY.*_ga*NjQ4NTIyMDg0LjE3NTQ3Mjk0MjU.*_ga_H1D7PSZ1DW*czE3NjM1MzMxMzMkbzc0JGcwJHQxNzYzNTMzMTYwJGozMyRsMCRoODQwOTEzNzIz">pelo jornal Estado de S. Paulo</a>, que detalhou o impacto e o processo de ressarcimento.
Segundo o FGC, os depósitos e investimentos elegíveis ao pagamento da garantia somam aproximadamente R$ 41 bilhões, valor que será totalmente coberto pelo fundo. A instituição destacou: “As instituições liquidadas possuem uma base estimada de 1,6 milhão de credores com depósitos e investimentos elegíveis ao pagamento da garantia, que somam um valor aproximado de R$ 41 bilhões”.
<h2>Garantia de até R$ 250 mil por pessoa física</h2>
Com a liquidação, todos os clientes com recursos protegidos pelas regras do FGC — que cobrem até R$ 250 mil por CPF por instituição — terão direito ao ressarcimento. O fundo possui cerca de R$ 120 bilhões em seu caixa de liquidez, montante suficiente para iniciar imediatamente o processo de pagamento.
De acordo com o FGC, os pagamentos começarão após a conclusão do levantamento dos dados dos credores pela liquidante nomeada pelo Banco Central, a EFB Regimes Especiais de Empresas. A entidade reforçou: “Todos os créditos enquadrados em nosso regulamento terão o processo de pagamento iniciado tão logo o levantamento dos dados dos credores seja concluído e disponibilizado ao FGC”.
A previsão é que o início dos pagamentos ocorra em cerca de 30 dias, prazo registrado nos últimos cinco processos de liquidação conduzidos pelo fundo.
<h2>Como solicitar a indenização</h2>
Após receber os dados organizados pela liquidante, o FGC vai liberar em seu aplicativo oficial (Android e iOS) a opção de solicitação para que os credores registrem:
<ul>
 <li>&nbsp;Uma conta bancária de sua titularidade</li>
 <li>&nbsp;Os documentos exigidos pelo processo de verificação</li>
</ul>
Para empresas, o pedido deve ser feito exclusivamente pelo Portal do Investidor do FGC. O pagamento será realizado somente em contas que correspondam ao mesmo CNPJ e nome empresarial.
<h2>Atenção a golpes e intermediações ilegais</h2>
O FGC alertou que não autoriza intermediários para o recebimento dos valores e não cobra taxas nem solicita depósitos prévios. O fundo reforçou que qualquer oferta de serviços para agilizar pagamentos deve ser tratada como tentativa de fraude.
<h2>Recomposição do fundo de liquidez</h2>
Fontes ouvidas pelo Estado/Broadcast informaram que o FGC deve aprovar, no próximo ano — possivelmente no primeiro semestre — um plano para recomposição e reenquadramento de seu fundo de liquidez. O regulamento permite a antecipação, em até cinco anos, das contribuições mensais feitas pelas instituições financeiras, o que pode ser utilizado para reforçar o caixa após o pagamento aos credores do Master.

FGC inicia processo para pagar 1,6 milhão de investidores após liquidação do Banco Master

247 - O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) divulgou nesta terça-feira (18) uma nota para comentar sobre a intervenção nas instituições do conglomerado do Banco Master, alvo da Operação Compliance Zero, que apura suspeitas de fraudes financeiras. Foram decretadas as liquidações extrajudiciais do Banco Master, Banco Master de Investimento, Banco Letsbank e da Master Corretora de Câmbio.
Conforme dados divulgados pelo <a href="https://valor.globo.com/financas/noticia/2025/11/18/investimentos-elegiveis-ao-pagamento-da-garantia-somam-r-41-bilhoes-diz-fgc.ghtml?utm_source=aplicativoValor&amp;utm_medium=aplicativo&amp;utm_campaign=compartilhar">jornal Valor Econômico</a>, as instituições liquidadas reúnem cerca de 1,6 milhão de credores com depósitos e investimentos cobertos pelas regras do FGC, somando aproximadamente R$ 41 bilhões. O fundo destacou que os pagamentos seguirão suas normas internas e que, embora não exista prazo legal para iniciar o ressarcimento, o tempo médio para que isso ocorra costuma ser de 30 dias.
O FGC orientou que seu aplicativo oficial está disponível na Apple Store e no Google Play, permitindo que os credores realizem cadastro e acompanhem o andamento do processo por meio de notificações. 
Em nota citada pela fonte original, o fundo afirmou ainda que, ao final do terceiro trimestre, possuía patrimônio de R$ 160 bilhões, dos quais R$ 122 bilhões estavam em caixa, assegurando capacidade financeira para cobrir os depósitos das instituições do conglomerado Master.
<h2>Prisões e apreensões</h2>
A fase mais recente das investigações também resultou em apreensões realizadas pela Polícia Federal. Os agentes recolheram um avião atribuído ao proprietário do Banco Master, Daniel Vorcaro, avaliado em cerca de R$ 200 milhões, além de relógios, veículos de luxo, obras de arte e cerca de R$ 1,6 milhão em dinheiro.
A operação levou à prisão de Daniel Vorcaro, de seu sócio Augusto Lima, do diretor de riscos Luiz Antônio Bull, do sócio Ângelo Antônio Ribeiro da Silva e do superintendente executivo de tesouraria, Alberto Felix de Oliveira Neto. Outras duas prisões temporárias também foram efetuadas: André Felipe de Oliveira Seixas Maia, diretor da consultoria Tirreno e sócio da instituição financeira Cartos, e Henrique Souza e Silva Peretto, ligado a uma fintech.
As ações fazem parte do avanço das investigações sobre supostas irregularidades financeiras envolvendo o grupo, que agora passa pelo processo de liquidação extrajudicial enquanto o FGC inicia os preparativos para o ressarcimento dos credores.

Leonardo Lucena

Segurança do lado de fora do Banco Master, após a prisão do acionista controlador do banco, Daniel Vorcaro, em São Paulo - 18 de novembro de 2025

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Fundo Garantidor de Crédito terá que gastar R$ 41 bilhões para cobrir rombo do Banco Master

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