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Galípolo diz que isenção do IR tem efeito incerto na economia

“Vamos continuar assistindo para entender qual é o desdobramento e qual é o impacto efetivo”, disse o presidente do BC

Gabriel Galípolo (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

247 - O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reafirmou nesta quarta-feira (12) o compromisso da instituição com o controle da inflação e negou que o órgão tenha dado qualquer sinal sobre seus próximos movimentos na condução da política monetária. “Se você entendeu algum sinal na comunicação sobre o futuro, entendeu errado”, declarou Galípolo durante evento em São Paulo.

A fala foi feita durante a apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do primeiro semestre. O presidente do BC destacou a importância da comunicação transparente, mas sem antecipações. 

O dirigente destacou que a missão da instituição é “a mais clara de todas” dentro do serviço público: perseguir a meta de inflação. “Está bem claro porque estamos com taxa de juros em patamar restritivo”, disse, explicando que a política monetária segue atuando de forma gradual, com efeitos lentos sobre a economia.

Efeitos da política monetária

Galípolo avaliou que a elevação da taxa de juros tem cumprido seu papel ao aumentar o custo de capital para famílias e empresas, o que tem contribuído para desacelerar o ritmo de crescimento econômico. “O aumento do custo de capital não gerou uma queda, mas uma desaceleração no crescimento”, observou.

Impacto da isenção do IR e dados econômicos

O presidente do Banco Central também comentou a decisão de incorporar os efeitos da isenção do Imposto de Renda (IR) ao cenário de referência das projeções da instituição. Segundo ele, trata-se de uma medida preliminar e coerente com a postura de dependência de dados adotada pelo BC. “Existe claramente um trade-off entre estar mais dependente de dados e coletá-los para que a gente vá aprendendo com ele e incorporando. Até agora, essa estratégia se pagou”, explicou.

Galípolo comparou essa metodologia à utilizada em outras ocasiões, como nas projeções que consideraram o pagamento de precatórios e a liberação do crédito consignado privado. “Vamos continuar assistindo para entender qual é o desdobramento e qual é o impacto efetivo de uma medida como essa, em uma conjuntura como essa descrita no relatório”, completou.

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