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Haddad detalha “milagre econômico” de Lula no 3º mandato, com “crescimento e acerto de contas”

Ministro afirma que país combina expansão econômica, melhora social e ajuste fiscal no melhor ciclo desde os primeiros governos Lula

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fala durante reunião em Brasília-DF - 03/06/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), apresentou nesta quarta-feira (17) um balanço econômico do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destacando o que classificou como um “milagre” ao combinar crescimento sustentado, melhora dos indicadores sociais e reorganização das contas públicas. A avaliação foi feita durante a última reunião ministerial de 2025, em discurso no qual o ministro detalhou números do desempenho recente da economia brasileira.

Segundo Haddad, o país voltou a registrar um ritmo de expansão que não era visto desde os dois primeiros governos Lula. “O crescimento médio desses três anos é de mais de 3%. A previsão nossa é de chegar a um crescimento médio de 2,8%. É o maior desde os governos Lula 1 e Lula 2”, afirmou. Ele lembrou que o Brasil atravessou um longo período de estagnação após 2015, mas destacou que esse ciclo foi revertido com a retomada do dinamismo econômico.

No discurso, o ministro ressaltou que mais relevante do que a taxa anual é o potencial estrutural da economia brasileira. “Mais importante que o dado em si é o potencial da economia brasileira de crescer mais. Independentemente do quanto você vai crescer num determinado ano, você tem um horizonte de crescimento atestado por todos os organismos internacionais”, declarou.

Haddad também destacou a situação do mercado de trabalho, que, segundo ele, vive o melhor momento da série histórica. “A taxa de desemprego é a mínima histórica”, disse, acrescentando que o país registra baixa informalidade e a menor taxa composta de subutilização da força de trabalho já medida. Para o ministro, esse cenário tem impacto direto sobre as contas públicas, especialmente na Previdência. Ele observou ainda que o rendimento médio do trabalhador alcançou R$ 3.507, o maior valor real da série histórica, ao lado do salário mínimo em seu melhor patamar em termos reais.

De acordo com Haddad, o setor de serviços também atingiu um recorde. “O volume de serviços prestados está no maior patamar da série histórica”, afirmou. Paralelamente, os programas de transferência de renda alcançam cerca de um quarto da população brasileira. Segundo ele, a ampliação dessas políticas não desestimula o emprego. “Tem havido uma migração para o mercado de trabalho. As pessoas estão saindo dos programas porque tem vaga de trabalho disponível”, disse.

O ministro ressaltou avanços sociais expressivos, como a retirada do Brasil do Mapa da Fome e a obtenção do menor índice de Gini da história recente, indicador que mede a desigualdade de renda. Ele citou ainda a redução da parcela de jovens que não estudam nem trabalham. “A taxa de jovens que nem estudam nem trabalham está no menor índice: um quinto, contra um quarto da média pré-pandemia”, afirmou.

Outro ponto destacado foi a queda histórica da pobreza e da extrema pobreza. Segundo Haddad, a extrema pobreza atingiu 4,4% da população. “Não tem precedente esse indicador”, afirmou, ao relacionar o resultado ao fortalecimento simultâneo do mercado de trabalho e das políticas sociais.

Ao explicar como esses resultados foram alcançados, Haddad enfatizou a recomposição do orçamento público. Ele afirmou que hoje todas as principais áreas de investimento contam com mais recursos do que no passado recente, em alguns casos com valores dobrados ou triplicados. “A pergunta é: como é possível ampliar todos os programas sociais, de investimento, melhorando as contas públicas, sem penalizar os mais pobres? Qual é o milagre que esse governo está operando”, questionou, classificando o processo como algo que “parece milagre”.

O ministro também fez um resgate da situação fiscal herdada no início do atual mandato. Segundo ele, o governo Lula assumiu com um déficit contratado superior a R$ 200 bilhões, resultado de omissões e passivos deixados na proposta orçamentária anterior, incluindo recursos insuficientes para o Bolsa Família, precatórios e despesas obrigatórias sem fonte de financiamento. “O presidente assume, e isso me deixa muito indignado com esses agentes de mercado que propagam falsidades, com uma conta a pagar de mais de R$ 200 bilhões. Essa é a verdade”, afirmou.

Diante desse cenário, Haddad explicou que a estratégia foi cumprir os compromissos de campanha sem penalizar trabalhadores e os mais pobres. “Temos que colocar o pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda”, disse, ao relatar o esforço de revisão de gastos e recomposição de receitas. Segundo ele, o crescimento econômico tem sido parte central do ajuste fiscal. “Quando a economia cresce, ela ajuda a fazer esse acerto de contas. E não há saída para o Brasil sem crescimento”, afirmou.

Para Haddad, o atual ciclo demonstra que é possível conciliar responsabilidade fiscal com desenvolvimento social. Ele concluiu destacando que o país cresce com inflação controlada e desemprego em mínimas históricas, sustentando um modelo que, segundo o ministro, fortalece tanto a economia quanto a justiça social.

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