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Lula destaca mais de 500 mercados abertos: “quem pensa pequeno, nem sonha”

Em evento da ApexBrasil, presidente ressalta competitividade, cooperação política e avanço ambiental para consolidar presença no comércio internacional

Brasília (DF) - 15/12/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (d) e o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, participam da inauguração da nova sede da ApexBrasil e ato alusivo à abertura de 500 novos mercados para a exportação de produtos agropecuários (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou nesta segunda-feira (15) a abertura de mais de 500 mercados internacionais para produtos brasileiros, ao discursar durante a cerimônia de celebração da marca e de inauguração da nova sede da ApexBrasil, em Brasília. Lula defendeu uma atuação coletiva do governo, do setor produtivo e da diplomacia para ampliar a inserção do país no comércio mundial.

Durante o evento, Lula comparou a política ao futebol para reforçar a ideia de trabalho em equipe. “O que sempre me incomodou no futebol é que às vezes você tem um jogador que dribla três ou quatro adversários, passa bola livre para marcar o gol, o cara marca o gol e, ao invés de agradecer ao cara que passou a bola, ele corre para a plateia”, afirmou. Para ele, o sucesso das políticas públicas não pode ser apropriado individualmente quando os resultados são positivos.

Ao abordar a condução política, o presidente afirmou que erros precisam ser assumidos, mas acertos devem ser compartilhados. “Mas quando as coisas dão certo, você não pode correr para o abraço sozinho”, disse. Segundo Lula, os avanços recentes do Brasil decorrem de um aprendizado acumulado ao longo de anos, que envolve tanto o governo quanto o setor empresarial, especialmente no que diz respeito às exigências ambientais, climáticas e de qualidade dos produtos exportados.

Lula também destacou a importância da postura brasileira no exterior e criticou a ideia de que outros países teriam obrigação de comprar produtos nacionais. “O que interessa é a qualidade daquilo que a gente está oferecendo, não só de preço, mas também de qualidade”, afirmou. Ele ressaltou que o país trabalha para superar um período de isolamento internacional, marcado pela redução de relações diplomáticas e comerciais.

O presidente mencionou ainda a necessidade de ampliar a presença técnica do Brasil no exterior, defendendo a atuação conjunta de adidos do Ministério da Agricultura, do Itamaraty, da Embrapa e de outros órgãos. Segundo ele, essa articulação é fundamental para promover os produtos brasileiros em diferentes mercados e fortalecer a estratégia de exportação.

Ao tratar da relação entre mercado interno e externo, Lula afirmou que o cenário ideal é aquele em que o país consegue atender sua própria demanda e, ao mesmo tempo, exportar o excedente. “Essa é a coisa mais perfeita que poderia acontecer”, disse, ao ressaltar que esse equilíbrio fortalece a economia e amplia o poder de negociação do Brasil.

O presidente também rebateu críticas recorrentes ao setor agropecuário, frequentemente acusado de exportar apenas commodities de baixo valor agregado. Ele destacou os investimentos em genética, tecnologia e inovação presentes na produção brasileira, citando exemplos como a carne, a soja e a liderança do país na transição energética.

Nesse contexto, Lula comparou a matriz energética brasileira com a de países ricos. Segundo ele, enquanto nações desenvolvidas projetam alcançar 40% de energia renovável em 2050, o Brasil já conta com 53% em 2025. Para o presidente, esse desempenho demonstra que o país não pode abrir mão de oportunidades estratégicas no cenário global.

Lula fez um apelo por uma mudança de mentalidade. “Chega do Brasil se apresentar como se fosse um coitadinho. ‘Não posso fazer porque vai gastar’. Quem pensa pequeno nem sonha. É preciso a gente pensar grande”, concluiu, ao defender uma postura mais ambiciosa e confiante do país no comércio internacional.

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