Lula e Trump avançam em diálogo sobre comércio bilateral, diz representante dos EUA
Representante comercial dos EUA afirma que diálogo recente abriu espaço para novas concessões tarifárias ao Brasil
247 - As negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos ganharam novo impulso após conversas recentes entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos. A avaliação foi feita pelo Representante Comercial estadunidense (USTR, na sigla em inglês), Jamieson Greer, durante sessão de perguntas e respostas promovida pelo Atlantic Council.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, Greer afirmou que os dois presidentes mantiveram “conversas construtivas sobre o comércio recentemente”, citando como exemplo a inclusão do Brasil nas isenções tarifárias para cacau e café.
Avanços, impasses e expectativas na relação bilateral
Greer destacou que, embora existam avanços, ainda há pontos sensíveis na agenda entre os dois países. De acordo com ele, há medidas que o governo brasileiro “pode fazer” para ampliar o espaço para novas concessões norte-americanas no campo tarifário.
O representante ressaltou também a natureza dual da relação econômica: “O Brasil é um bom parceiro para os EUA, mas também é um competidor, principalmente na agricultura”, afirmou, repetindo posicionamento apresentado no dia anterior. Segundo Greer, o país mantém “muitas barreiras tarifárias e não-tarifárias para bens americanos”, além de preocupações de Trump com temas de política externa.
Tecnologia, segurança e alegações sem provas
Entre os pontos de tensão, Greer mencionou legislações que, segundo ele, seriam “utilizadas como arma” contra empresas de tecnologia. Também citou “ordens secretas de investigação” envolvendo companhias e cidadãos estadunidenses, além de casos de prisão arbitrária de norte-americanos. Ele, no entanto, não apresentou qualquer evidência que sustentasse tais afirmações.
“A segurança nacional é muito importante para nós. Queremos ter uma relação econômica melhor com o Brasil, só assim poderemos discutir concessões”, declarou Greer, defendendo que um ambiente de confiança é essencial para avanços.
China entra na pauta, mas sem elevar tensões
Ao ser questionado sobre a China, Greer buscou afastar preocupações com o acordo entre Washington e Pequim. Ele afirmou que autoridades americanas continuam trabalhando para entender “o que os chineses querem dos EUA” e quais produtos podem ser negociados sem riscos à segurança nacional.
Greer disse ainda perceber maior equilíbrio no comércio de bens de consumo e itens de baixa tecnologia, argumentando que “não há inconsistências” nas políticas estadunidenses recentes.



