"Ranço da Faria Lima com Lula e PT já diminuiu 90%", diz empresário que se reuniu com o ex-presidente

"O PT tem feito um bom trabalho de convencimento", diz João Camargo, do grupo Esfera. "Há o esforço dele [Lula] de mostrar para o establishment que está com boas intenções"

João Camargo e Lula
João Camargo e Lula (Foto: Divulgação | Ricardo Stuckert | Lula Marques)


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247 - Presidente do grupo Esfera, organização que entre seus quase 50 associados tem grandes empresas, como Bradesco, BTG Pactual, XP Investimentos, Cosan, MRV Engenharia, Multiplan, Hapvida e Mercado Bitcoin, João Camargo afirmou à BBC News Brasil que o ex-presidente Lula (PT) e o PT conseguiram diminuir em "90%" o ranço que a Faria Lima - leia-se o mercado financeiro e o empresariado - nutria por eles.

Lula é líder em todas as pesquisas eleitorais e pode ser eleito para retornar à Presidência da República já no primeiro turno do pleito em outubro.

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"Eu não estou dizendo que essa parte [dos executivos da avenida] Faria Lima, empresário, dono de laboratório farmacêutico, fintechs, os bancos, vão votar no PT. Mas hoje, aquele ranço, aquela desconfiança, já diminuiu, na minha opinião, 90%. Isso eu posso te atestar que realmente diminuiu", garantiu Camargo, que atribui a mudança de visão do empresariado a dois fatores: ao esforço de Lula em dialogar com a elite econômica e ao gesto de escolher o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) para ser candidato a vice-presidente em sua chapa. 

"O PT tem feito um bom trabalho de convencimento. O esforço do Lula é claríssimo. Há o esforço dele de mostrar para o establishment que ele realmente está com boas intenções, não tem ódio, continua esse Lula de 2002. Lula assegurou para a gente que não existe governo Lula, existe governo Lula e Alckmin. Disse que apesar de José Alencar ter sido um vice-presidente bom, ele realmente pegou [agora] um vice completo, um vice que entende de cofre, de despesa. Foi candidato a presidente da República duas vezes, se aplicou muito em estudar o que o Pérsio Arida [um dos idealizadores do Plano Real] fez de planejamento econômico. Ele está muito satisfeito (com a aliança com Alckmin)", falou.

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"No primeiro encontro há 30 dias, [parte dos empresários que participaram] falava que gostou, mas os outros repudiavam. Hoje em dia, [os empresários que encontram Lula dizem]: 'tá bom, tá bom'", relatou Camargo.

Perguntado sobre a expectativa para a atuação de Alckmin no possível governo, o empresário declarou: "eu acho que ele vai ocupar um dos principais ministérios do Lula. No que eu senti no jantar, da proximidade dele com o Lula, é uma proximidade muito grande. O Lula faz questão de realçá-lo, a cada três frases, de pronunciar o nome do Geraldo".

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Acerca do nome que pode ser escolhido para comandar o Ministério da Economia de Lula, ele contou: "na bolsa de apostas, falam muito de Wellington Dias [ex-governador do Piauí], Alexandre Padilha [deputado federal], Rui Costa [governador da Bahia], Geraldo Alckmin. Todo mundo vê esses nomes de bom grado. Eu acho que a gente está bem servido".

Camargo advertiu, por outro lado, que Bolsonaro não pode ser subestimado. "Bolsonaro é um grande player, forte, está com a máquina, aprovou [no Senado] esse estado de emergência [para liberar novos benefícios sociais durante a eleição], vai gastar aí uns R$ 50 bilhões [caso a medida seja aprovada também na Câmara dos Deputados, como esperado], vai apelar para o conservadorismo. O agro é muito forte. Então, ainda tem essa disputa, muita água vai passar embaixo da ponte".

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Ele informou que entre os empresários não há medo de um eventual golpe por parte de Bolsonaro em caso de derrota nas urnas. "Não existe nenhum espaço para golpe, nenhum espaço. Eu tenho conversado com vários ministros do Supremo. A gente tem conversado com alguns ministros militares, ou alguns generais, com o Pacheco, com o Lira, o próprio Ciro (Nogueira). Não existe um espaço no Brasil para golpe".

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