Skaf volta à Fiesp, apoia operação no Rio e diz que “basta de proteger bandido”
Empresário elogia ação policial que deixou mais de cem mortos e promete tom duro contra aumento de impostos em seu novo mandato na Fiesp
247 – Prestes a reassumir a presidência da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) em janeiro de 2026, Paulo Skaf voltou à cena política com declarações contundentes sobre segurança pública e economia. Em mensagem publicada nas redes sociais, ele apoiou a operação policial no Rio de Janeiro que resultou em mais de cem mortes e afirmou que o país vive uma guerra contra o crime.
A reportagem é da Folha de S.Paulo (leia aqui). “O Brasil está em guerra. Em guerra contra o crime. E guerra não se ganha com palavras bonitas, mas com força e coragem. Não é com carinho que se enfrenta o terror”, escreveu Skaf. “Minha admiração e respeito aos policiais do Rio que enfrentaram ontem o crime organizado. Meus sentimentos aos heróis que tombaram em combate. Em momentos como esse é preciso deixar claro: estou do lado do Brasil e de quem o defende. Chega de proteger bandido”, completou.
Retorno com viés político
Após quatro anos afastado da Fiesp, período em que a entidade foi presidida por Josué Gomes, Skaf retoma o comando com uma agenda que extrapola os limites da indústria. Embora negue ambições eleitorais, ele tem buscado protagonismo em temas de segurança e economia, além de manter interlocução com o Congresso Nacional.
Em entrevista à Folha, Skaf afirmou que pretende aproximar a Fiesp do Legislativo. “Quero fazer um trabalho com visão de país. Além da sociedade organizada, temos que ter ao nosso lado o Poder Legislativo, que representa o povo e os estados”, declarou.
Conselhos com nomes políticos
Em setembro, Skaf anunciou a criação de 16 conselhos superiores com figuras de destaque da política nacional, inclusive ex-ministros do governo Bolsonaro, como Sergio Moro e Joaquim Pereira Leite. Moro presidirá o conselho de segurança pública. Também integram a lista a senadora Tereza Cristina (PP-MS), o deputado Mendonça Filho (União-PE) e o senador Marcos Pontes (PL-SP), que comandará o conselho de inteligência artificial.
Skaf nega qualquer conotação partidária. “Não tenho nem filiação. Foram circunstâncias, um movimento espontâneo dos setores produtivos. Acabei aceitando e estou abraçando a causa com dedicação total”, disse. Ele descreve a nova estrutura da Fiesp como “um ministério da sociedade”, com especialistas e lideranças “brilhantes”.
Relação com Lula e Trump
Em julho, Skaf convocou empresários para uma reunião no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, a fim de discutir o tarifaço de Trump. O encontro coincidiu com uma reunião organizada em Brasília pelo vice-presidente Geraldo Alckmin com o mesmo propósito. A coincidência gerou interpretações de rivalidade política, que Skaf rejeita.
“Quando veio o problema, todo mundo correu atrás. É legítimo. Até fui eu quem convidei as empresas para participar da reunião em São Paulo. Era uma iniciativa no sentido de ajudar a buscar solução”, explicou.
Sobre o encontro entre o presidente Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ele elogiou o resultado. “O que vi, pela imprensa, foi que a reunião teria sido positiva. Os EUA são o principal parceiro e cliente de manufaturas do Brasil. Fiquei feliz que tenha reatado essa aproximação”, declarou.



