“As Forças Armadas são uma instituição corrompida de alto a baixo”, diz Valter Pomar
Historiador defende reestruturação completa das Forças Armadas
247 - Durante entrevista ao programa Bom Dia 247, o historiador e dirigente petista Valter Pomar afirmou que as Forças Armadas brasileiras precisam ser profundamente reestruturadas, classificando a instituição como “corrompida de alto a baixo”. Ele criticou a ausência de medidas concretas contra militares que apoiaram ou se omitiram diante de atos golpistas e destacou que o problema é estrutural, com raízes na história recente do Brasil.
“As Forças Armadas é uma instituição corrompida de alto a baixo. Desde 1964, instruiu seu oficialato na ideia de que golpe é uma coisa democrática. O resultado disso é Bolsonaro, Braga Netto, General Heleno”, afirmou Pomar. Para ele, não basta comemorar a existência de provas robustas sobre as ações da extrema direita, mas sim tomar medidas concretas que desmantelem a estrutura de poder militar atual.
Pomar defendeu mudanças profundas no funcionamento da instituição, incluindo critérios de promoção, formação e aposentadorias. “Não basta demitir o funcionário ou o oficial da escola que deu declarações sobre o Lula. Tem que modificar o currículo, os critérios de acesso, os critérios de promoção, mandar para a reserva todos esses caras e acabar com as mamatas dessas pensões e aposentadorias.”
O historiador criticou a permanência de José Múcio Monteiro como ministro da Defesa, afirmando que ele não teria condições de conduzir a reestruturação necessária. “O nosso ministro da Defesa dizia que aqueles acampamentos [pró-golpe] eram de gente democrática. Ele tinha familiares e amigos lá. Ou seja, ele não sabe identificar um golpista quando está de frente a um. Portanto, não serve para coordenar esse processo.”
Pomar também alertou que o combate à extrema direita não pode ser delegado exclusivamente às instituições. Ele enfatizou a necessidade de mobilização popular para pressionar por mudanças. “As instituições já demonstraram inúmeras vezes que não têm compromisso real com a democracia. Elas têm compromisso com seus interesses. Quando esses interesses forem atendidos, elas fazem um pacto entre elas e a vida segue.”
Sobre o papel de Bolsonaro, Pomar apontou que ele é apenas uma peça dentro de um movimento maior. “Nós não estamos diante de uma quartelada. Estamos diante de um movimento político social de massas do qual Bolsonaro é uma das lideranças públicas. Combater isso exige outro movimento político social.”
Por fim, o historiador defendeu que o dia 10 de dezembro, data de manifestações contra os golpistas, seja marcado por uma mobilização popular ampla. “O conteúdo das manifestações tem que ser muito popular. A palavra de ordem é: sem anistia para golpistas. Não queremos só que as instituições funcionem plenamente, queremos que a vida do povo melhore.” Assista:
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