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    “Eles querem impor uma agenda contra o povo pobre”, diz Lindbergh Farias

    Lindbergh Farias critica o mercado e defende pacote fiscal

    (Foto: ABR)

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    247 - Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) teceu duras críticas à postura do mercado financeiro e à cobertura midiática das medidas apresentadas pelo governo Lula. Segundo ele, a elite econômica e seus aliados na política têm agido para impor uma agenda de ajuste fiscal que penaliza os mais pobres, enquanto evitam debater a taxação dos super-ricos. “O que eles querem mesmo é preservar os grandes lucros que têm. É uma vergonha o que estamos vendo no país”, afirmou o deputado.

    Durante a entrevista, concedida ao portal Brasil 247, Lindbergh destacou o contraste entre a proposta do governo, que prevê isenção de Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil, e o projeto alternativo defendido por parlamentares da extrema direita e setores do mercado. “Eles estão propondo desvincular o salário mínimo da Previdência e cortar investimentos em saúde e educação. Isso é uma covardia”, disparou.

    A especulação financeira como sabotagem

    Lindbergh denunciou o que chamou de “terrorismo financeiro” por parte do mercado, citando especulações sobre o dólar e pressão para aumento da taxa Selic. Ele criticou o Banco Central, presidido por Roberto Campos Neto, pela falta de ações efetivas para conter a volatilidade cambial. “No governo Bolsonaro, fizeram 127 intervenções no câmbio. Agora, apenas duas. Eles estão parados, deixando o dólar disparar”, apontou.

    O deputado também acusou a principal emissora de televisão do país de usar sua concessão pública para dar mais visibilidade a propostas alternativas que beneficiam o mercado, em detrimento das iniciativas do governo federal. “É impressionante ver como um projeto feito pela extrema direita recebe mais espaço do que as medidas apresentadas pelo governo Lula”, comentou.

    Isenção e taxação: a cereja do pacote fiscal

    Lindbergh elogiou o pacote fiscal apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificando-o como “criativo e equilibrado”. Ele ressaltou que as medidas buscam beneficiar a classe média e trabalhadores de baixa renda, ao mesmo tempo em que começam a incluir os mais ricos na carga tributária. “Estamos falando de 36 milhões de brasileiros que serão beneficiados com a isenção ou redução do imposto de renda. Quem paga mais são apenas 100 mil pessoas, que ganham acima de R$ 50 mil por mês”, explicou.

    Por outro lado, o deputado reconheceu que a taxação de lucros e dividendos, prevista em 10%, ainda é modesta se comparada à média internacional. “Nos Estados Unidos, a média de tributação dos rendimentos é de 40%. Aqui, diretores de bancos que recebem milhões por mês pagam menos imposto que professores de redes municipais”, comparou.

    A disputa política e a mobilização social

    Para Lindbergh, a aprovação do pacote fiscal e das medidas de justiça tributária dependerá de intensa mobilização popular e articulação política. “Minha maior preocupação é que renda e taxação dos super-ricos fiquem para as calendas. Precisamos envolver movimentos sociais, redes e ruas nessa campanha. As pessoas precisam sentir que estamos defendendo medidas que vão melhorar suas vidas”, disse.

    O deputado também enfatizou a importância de uma narrativa clara para enfrentar a oposição de setores da direita e extrema direita. “Eles querem colocar uma marra no governo Lula para que ele não tenha sucesso, como nos mandatos anteriores do PT”, afirmou, destacando a necessidade de diálogo com a classe média, especialmente os evangélicos e trabalhadores de dois a cinco salários mínimos.

    Lindbergh Farias reforçou que o governo Lula tem apresentado uma agenda que contrasta com os interesses do mercado, ao priorizar justiça social e tributária. “Se fosse para seguir o que o mercado quer, estaríamos desmoralizados. Mas o Lula acertou ao conduzir esse processo de forma equilibrada e firme. Agora, cabe a nós garantir que essas propostas sejam aprovadas e implementadas”, concluiu. Assista:

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