"Gleisi está pronta para enfrentar qualquer desafio", diz Zeca Dirceu

247 - Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) discutiu a transição na presidência do Partido dos Trabalhadores (PT) e as recentes mudanças ministeriais no governo Lula. Ele demonstrou entusiasmo com o Processo de Eleição Direta (PED) do partido, reafirmou apoio à candidatura de Edinho Silva para a direção nacional da legenda e destacou o papel de Gleisi Hoffmann na Secretaria de Relações Institucionais (SRI).

Zeca Dirceu ressaltou a importância do PED, retomado após um período sem eleições diretas internas. “Estou muito animado, muito esperançoso e muito entusiasmado com esse momento que é riquíssimo. Nenhum partido no nosso país, e imagino que pouquíssimos no mundo, fazem um processo tão amplo como o nosso, no qual cada filiado tem o direito ao voto direto para renovar as direções municipais, estaduais e nacional”, afirmou.

O deputado defendeu a candidatura de Edinho Silva à presidência do PT e minimizou eventuais resistências dentro da legenda. “Vejo e apoio a candidatura do Edinho como a melhor opção, claro que respeitando outros nomes que possam surgir. Mas essa ideia de que há uma grande inquietação, uma grande rejeição à candidatura dele, não é verdadeira”, declarou. Segundo ele, “algumas lideranças podem se opor, mas isso é natural. Jesus Cristo não agradou todo mundo, eu não agrado todo mundo, a Gleisi não agradava todo mundo e não é o Edinho que vai agradar todo mundo”.

Gleisi Hoffmann na articulação política

Com a nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais, Zeca Dirceu expressou confiança no trabalho da ex-presidente do PT. “A Gleisi é muito trabalhadora, trabalha de manhã, de tarde, de noite e de madrugada. Sábado, domingo, feriado. Gosta da política, gosta da vida pública, dedica a vida dela”, disse.

O deputado também destacou a experiência política e administrativa da nova ministra. “Ela foi senadora, é deputada, conhece as duas casas. Também tem experiência como gestora: foi ministra, diretora de Itaipu, secretária de Estado no Mato Grosso do Sul e secretária municipal em Londrina. Sua função à frente da SRI não se limita ao Congresso, mas também inclui relação com prefeitos, governadores e instituições como o STF e o Ministério Público”, pontuou.

Segundo Zeca Dirceu, a troca de comando na SRI ocorre em um período de transição no Congresso Nacional. “Estamos iniciando um novo ciclo. Volta o Davi Alcolumbre para presidir o Senado, Hugo Motta estreia na presidência da Câmara e houve uma renovação entre os líderes partidários. Acho que as condições estão criadas para ela fazer um ótimo trabalho e garantir entregas não só no Congresso, mas também nas relações institucionais do governo”.

Padilha na Saúde e o cenário político

O deputado também abordou a ida de Alexandre Padilha para o Ministério da Saúde, destacando sua experiência. “O Padilha já foi ministro da Saúde, já conhecia a pasta e também a articulação política. Ele é da mais alta confiança do presidente Lula e vai levar ao ministério essa força da política e das articulações com o Congresso, governadores e prefeitos. Acho que a Saúde vai ganhar muito com isso”.

Ao comentar a relação entre o governo e o Congresso, Zeca Dirceu rechaçou a ideia de demora nas trocas ministeriais. “Foi feito um estudo sobre mudanças ministeriais em governos anteriores. O que está acontecendo agora é muito comum. Nunca houve trocas em grande quantidade de uma só vez. O Lula e a Dilma, em momentos específicos, fizeram mudanças ao longo de meses, trocando um ministro por vez. Então não há motivo para agonia”, explicou. Assista: