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Rui Costa Pimenta critica atuação da ONU e a política externa de Lula

O presidente do PCO fez duras críticas à Assembleia Geral da ONU e à postura do governo brasileiro em relação aos atuais conflitos internacionais

(Foto: Reuters/Mike Segar | Divulgação)

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247 - Durante uma entrevista concedida à TV 247, Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), fez uma avaliação sobre os recentes eventos globais, em especial a Assembleia Geral da ONU e o papel do Brasil no cenário internacional. A entrevista trouxe à tona a insatisfação de Pimenta com a atuação da Organização das Nações Unidas (ONU) e, sobretudo, com a política externa adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“É uma organização completamente desmoralizada. O pessoal se reúne ali com genocidas e provocadores de guerras. Acho que a ONU já deu o que tinha que dar”, disparou Pimenta, sem poupar críticas à forma como a organização tem lidado com crises internacionais, em especial o conflito entre Israel e a Palestina. 

De acordo com Pimenta, o papel da ONU tem se distanciado dos princípios fundadores da organização e hoje serve, em sua visão, aos interesses imperialistas. “Não conseguiu fazer absolutamente nada em relação a Gaza. Continua servindo aos interesses do imperialismo”, declarou ele, enfatizando que o fórum global se tornou apenas uma plataforma para discursos sem efeito prático.

Críticas à postura de Lula na ONU

Rui Costa Pimenta também fez duras críticas ao discurso do presidente Lula na ONU, considerando-o “fraco e desconectado da realidade”. “Achei muito ruim a colocação do Lula sobre a Palestina. Ele falou que o 7 de outubro foi um ataque terrorista de fanáticos religiosos. Falar isso depois de um ano de conflito é demais”, disse, referindo-se à guerra entre Israel e Hamas. Para Pimenta, a abordagem do presidente brasileiro sobre a questão palestina foi leniente, não utilizando termos como "genocídio", apesar das duras críticas feitas à crise humanitária na região.

Além disso, o líder do PCO também questionou a crítica de Lula à Rússia, considerando-a um equívoco, dado o contexto de invasão da Ucrânia. “Criticar a Rússia é ridículo no quadro político internacional em que estamos vivendo”, afirmou Pimenta, em clara oposição à postura mais moderada que Lula tem mantido diante da guerra no Leste Europeu.

Política externa brasileira em xeque

Em uma análise mais ampla, Pimenta apontou que o governo brasileiro tem adotado uma política externa contraditória, tentando equilibrar as pressões do imperialismo, mas, ao mesmo tempo, mantendo uma posição hesitante em temas cruciais. "O Lula está completamente paralisado. Ele não está conseguindo driblar as pressões; está, na verdade, se adaptando cada vez mais a elas", criticou Pimenta, sugerindo que a postura do presidente brasileiro não está à altura dos desafios globais contemporâneos.

Ele também destacou a política de neutralidade adotada por Lula em relação ao conflito na Ucrânia como inadequada: “Essa política de equidistância não está funcionando”, afirmou. Para ele, o Brasil tem se mostrado tímido em sua postura diante de crises globais como as da Palestina, Venezuela e Rússia, deixando tanto a esquerda quanto a direita insatisfeitas.

Uma ONU Sem Futuro?

A visão de Rui Costa Pimenta sobre o futuro da ONU foi igualmente pessimista. Ele acredita que a organização internacional não tem mais força política e que sua relevância está em declínio acelerado. Segundo Pimenta, as recentes vaias ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e a ausência de um boicote mais contundente ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, são exemplos da fragilidade institucional da ONU. 

Para o presidente do PCO, o futuro da política internacional não passará mais pela ONU: “O baile dos vampiros está prestes a terminar”, citou, fazendo referência a uma fala do presidente russo, Vladimir Putin, sobre o fim de uma era de domínio das potências ocidentais no cenário global.

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