Julgamento de médicos de Maradona por homicídio começa na Argentina após quatro anos de investigação

247 - Quatro anos após a morte de Diego Maradona, a Argentina inicia nesta terça-feira (11) o julgamento de sua equipe médica, acusada de homicídio com dolo eventual no tratamento do ídolo, que morreu em 2020 aos 60 anos. As informações são do jornal Clarín.

O tribunal de San Isidro, na região metropolitana de Buenos Aires, estima que o processo, marcado por forte comoção nacional, dure pelo menos seis meses, com a oitiva de cerca de 120 testemunhas. A defesa dos réus, que inclui médicos, enfermeiros e psicólogos, nega as acusações, sustentando que a equipe agiu “dentro dos protocolos” para tratar o ex-jogador, que enfrentava múltiplos problemas de saúde.

Maradona morreu aos 60 anos em uma casa nos arredores da capital argentina, onde se recuperava de uma cirurgia cerebral realizada semanas antes. A morte por insuficiência cardíaca gerou imediata comoção no país, onde o campeão mundial de 1986 é tratado com reverência quase religiosa. 

A investigação e as acusações

Em 2021, um relatório assinado por 20 peritos indicou que a equipe médica agiu de forma “inadequada, deficiente e imprudente” no tratamento do ex-atleta, que lutava contra dependência química e problemas cardíacos. O documento apontou falhas graves, como a ausência de monitoramento adequado nas 12 horas anteriores à morte e a falta de um plano terapêutico claro.

“Diego deveria estar vivo. Eles não cuidaram dele”, desabafou o comerciante Luis Alberto Suárez, ecoando o sentimento de parte da população. Já o trabalhador autônomo Martin Milei expressou dúvidas: “Não podemos dizer se estavam errados ou não. Em retrospecto, erraram, mas acho que há mais responsáveis do que os citados”.