Brasil e Rússia avaliam retomada de voos diretos após aumento do turismo
Histórico de operações aéreas e crescimento do fluxo de turistas russos reacendem debate sobre conexão direta entre Moscou e cidades brasileiras
247 - Brasil e Rússia podem voltar a discutir a retomada de voos diretos entre os dois países, impulsionados pelo crescimento recente do número de turistas russos que visitam destinos brasileiros. A possibilidade foi levantada por um diplomata ao comentar o cenário atual do fluxo turístico bilateral e o histórico das conexões aéreas entre Moscou e o Brasil, informa a Prensa Latina.
A ligação aérea entre os dois países já existiu em diferentes momentos, mas acabou sendo interrompida por fatores comerciais, especialmente a baixa demanda registrada à época.
O embaixador do Brasil na Rússia, Sérgio Rodrigues, ressalta que o contexto atual pode ser distinto do passado. “Talvez agora, com o número crescente de turistas russos chegando ao Brasil, a situação mude”, afirmou, ao sugerir que o aumento do interesse pelo país sul-americano pode alterar o cenário econômico das operações.
Para sustentar sua avaliação, o chefe da missão diplomática relembrou experiências anteriores. Entre 1993 e 2000, a companhia aérea russa Aeroflot manteve voos diretos entre Moscou e o Rio de Janeiro. “Era um voo semanal com escala na cidade brasileira de Salvador devido ao alcance limitado da aeronave”, explicou.
Segundo o diplomata, a operação não foi contínua ao longo dos anos. “Esse voo operou até 1998, depois houve interrupções e, em 2000, foi completamente suspenso devido à baixa demanda na época”, detalhou.
Ele também citou uma tentativa mais recente de ligação aérea direta. “Em 2011, existia uma companhia aérea russa, a Transaero. Ela também operou voos na rota Moscou-Rio de Janeiro por cerca de três meses, mas depois encerrou as operações pelo mesmo motivo: baixa demanda”, acrescentou.
As declarações reforçam que, embora haja precedentes e interesse renovado, a retomada dos voos diretos entre Brasil e Rússia dependerá de uma avaliação consistente da demanda turística e da sustentabilidade econômica das rotas, à luz de um cenário internacional em constante transformação.
