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Conselho Tutelar cogita afastar pais de pastor mirim por exposição indevida

Família de Miguel Oliveira foi advertida após denúncias de exploração religiosa e será responsabilizada se imagem do jovem continuar sendo divulgada

Miguel Oliveira (Foto: Reprodução/YouTube/EU acredito podcast)
Guilherme Levorato avatar
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247 - Os pais do jovem pastor Miguel Oliveira, de 15 anos, foram formalmente advertidos pelo Conselho Tutelar de Carapicuíba (SP) e poderão ser afastados do convívio do filho caso voltem a permitir sua exposição na mídia. A informação foi publicada Paulo Cappelli, do Metrópoles. A decisão das autoridades ocorre após denúncias de possível exploração religiosa e ameaças feitas contra o adolescente, que se autodeclara “profeta”.

A reunião entre os conselheiros e os pais de Miguel ocorreu na última terça-feira (29) e contou com o acompanhamento de neuropsicólogos. Durante o encontro, foi estabelecido que o jovem poderá continuar a exercer sua fé e pregar em ambientes religiosos, mas a divulgação de sua imagem e a gravação de vídeos estão proibidas por tempo indeterminado. A medida tem como objetivo resguardar a integridade física e psicológica do adolescente. Caso os responsáveis descumpram a determinação, poderão sofrer sanções legais, incluindo o afastamento da guarda.

A polêmica em torno de Miguel Oliveira começou após vídeos do pastor mirim viralizarem nas redes sociais. Com mais de 1 milhão de seguidores, o garoto passou a ser alvo de ataques virtuais, muitos dos quais com ofensas graves e ameaças diretas. Um dos vídeos que mais causaram repercussão mostra Miguel rasgando um laudo médico de uma mulher diagnosticada com leucemia e afirmando tê-la curado do câncer. O episódio provocou forte reação pública e levou à sua acusação de charlatanismo. Internautas o chamaram de “anticristo” e “profeta do demônio”.

Em nota enviada à imprensa, a assessoria de Miguel classificou os ataques como “absurdos” e comunicou que os pais decidiram interromper qualquer contato com a mídia. “Ele é menor, e os pais não querem mais falar com a imprensa, pois as ameaças têm sido intensas, com xingamentos e ofensas graves. Já registraram a ocorrência na delegacia, mas até agora não houve desdobramentos. Por isso, preferiram não responder mais e evitar qualquer nova aparição”, informou uma integrante da equipe.

O Conselho Tutelar está acompanhando de perto o caso, em articulação com o Ministério Público de São Paulo. As duas instituições compartilham informações sobre a situação e estudam medidas adicionais para proteger o adolescente, inclusive frente à suspeita de abuso psicológico.

Miguel afirma ter passado por uma experiência sobrenatural aos 3 anos de idade, quando teria sido curado milagrosamente de uma condição que o impedia de ouvir e falar — segundo ele, nasceu sem tímpanos e cordas vocais. Desde então, adotou o título de “profeta” e, durante cultos, costuma se expressar em línguas desconhecidas, o que interpreta como manifestação de uma suposta conexão espiritual.

A trajetória do jovem tem alimentado debates sobre os limites da liberdade religiosa, especialmente quando envolve menores de idade. O caso de Miguel levanta preocupações sobre responsabilidade parental, exposição precoce e os riscos de abuso emocional em contextos religiosos de forte apelo midiático.

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