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Vencedora do Miss Universo relata ameaças de morte e acusações de fraude

Fátima Bosch, coroada em meio a polêmicas e denúncias de irregularidades, afirma ser alvo de ataques misóginos e acusações infundadas nas redes

Fatima Bosch, do México, coroada Miss Universo (Foto: REUTERS/Chalinee Thirasupa)

247- A modelo mexicana Fátima Bosch, vencedora do Miss Universo 2025, afirmou estar sofrendo ataques virtuais, ameaças de morte e acusações de fraude desde que conquistou a coroa. As informações foram publicadas inicialmente pelo Metrópoles. Segundo a miss, uma “campanha de ódio” tomou conta das redes sociais desde a final do concurso, realizada em 20 de novembro.

Nas publicações que fez no Instagram, Fátima compartilhou capturas de tela de mensagens com xingamentos e intimidações direcionadas a ela e a familiares. “Nos últimos dias, recebi insultos, ataques e até ameaças de morte por um único motivo: porque venci”, escreveu. As mensagens — enviadas em diferentes idiomas — questionam a legitimidade do resultado e acusam a mexicana de manipular a disputa.

Em um texto mais longo, também publicado na rede social, a modelo disse viver a “violência nascida do ódio, da desinformação e da incapacidade de alguns de ver uma mulher brilhar sem se sentirem ameaçados”. Fátima reforçou que não pretende recuar diante dos ataques: “Nenhum ataque me fará ajoelhar, nenhum insulto silenciará meu propósito.” E concluiu com um recado direto aos detratores: “Para aqueles que me atacaram e espalharam mentiras, eu digo: minha vitória não é uma ameaça. Minha vitória é um lembrete de que as mulheres são resilientes, capazes e poderosas”.

Polêmicas antes e depois da final
A edição de 2025 do concurso já vinha sendo marcada por turbulências. Dois dias antes da fase final, dois dos oito jurados se retiraram do evento. Um deles, o francês Omar Harfouch, afirmou que a competição foi fraudada por uma “votação secreta e ilegítima”, supostamente conduzida por pessoas que não integravam o júri oficial. A denúncia contribuiu para ampliar as suspeitas sobre o resultado.

Outras competidoras também protestaram. Olivia Yacé, representante da Costa do Marfim e quinta colocada, e Brigitta Schaback, da Estônia, que ficou entre as 30 melhores, renunciaram aos títulos em desacordo com a organização do Miss Universo.

Um episódio de humilhação ao vivo
As polêmicas envolvendo Fátima começaram antes mesmo da final. Duas semanas antes, durante um evento da organização local do concurso, o diretor Nawat Itsaragrisil interrompeu a mexicana aos gritos por ela não ter divulgado conteúdos promocionais. O episódio ocorreu ao vivo e levou diversas concorrentes a deixarem o salão em solidariedade.

Nas imagens que circularam nas redes, o dirigente ordena que a candidata “pare de falar” e chama seguranças ao local. Após o confronto, Fátima relatou que o executivo “não foi respeitoso” e chegou a chamá-la de “burra”. Ele negou o insulto, dizendo que suas falas teriam sido “mal interpretadas”, mas a imprensa local relatou que ele teria usado a expressão “cabeça oca”.

A atitude de Itsaragrisil provocou forte reação. Participantes do concurso e organizações feministas manifestaram apoio público à mexicana, que passou a ser vista como alvo de comportamento inadequado por parte da direção. Defesa da igualdade de gênero
Em suas manifestações recentes, Fátima Bosch afirmou que transformará a repercussão negativa em mensagem de enfrentamento à misoginia. “Hoje quero transformar essa experiência em uma mensagem: a violência contra as mulheres nem sempre se manifesta em agressões físicas. Às vezes, ela se manifesta em palavras, em ódio online, em zombaria, em campanhas para destruir nossa dignidade”, escreveu.

Enquanto a organização do Miss Universo ainda não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias, a pressão cresce para que o concurso esclareça tanto as suspeitas sobre a votação quanto os episódios de assédio envolvendo dirigentes.

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