Agências do governo chinês definem prioridades econômicas para 2026 após conferência central
Investimentos públicos, estímulo ao consumo, avanço da economia digital e política monetária acomodatícia estão no centro do planejamento
247 – Diversos órgãos do governo da China detalharam suas principais prioridades econômicas para 2026 após a Conferência Central de Trabalho Econômico, encerrada na quinta-feira, que definiu as diretrizes centrais da política econômica do país para o próximo ano. As informações foram divulgadas pelo Global Times, a partir de comunicados oficiais das principais agências econômicas chinesas.
De acordo com o jornal chinês, entre sexta-feira e sábado, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC, na sigla em inglês) realizou uma reunião para implementar as tarefas-chave de desenvolvimento e reforma para 2026, conforme comunicado publicado em seu site oficial.
Investimentos públicos e estímulo ao consumo
Para 2026, a NDRC afirmou que adotará medidas para promover a estabilização e a recuperação dos investimentos. Entre as ações previstas estão o fortalecimento do papel de diversos fundos de investimento governamentais e o aumento dos investimentos financiados pelo orçamento central.
A comissão também informou que irá lançar medidas práticas e inovadoras para impulsionar o consumo, incluindo a expansão do consumo de serviços, considerado um vetor estratégico para sustentar o crescimento econômico chinês no próximo ciclo.
Além disso, a NDRC se comprometeu a enfrentar de forma abrangente a chamada “competição do tipo involução” — termo usado na China para descrever disputas excessivas e pouco produtivas — e a cultivar novos motores de desenvolvimento econômico.
Economia digital, inteligência artificial e novos setores
No campo da inovação, a comissão destacou que irá aprofundar e expandir a iniciativa “IA+”, voltada à integração da inteligência artificial com setores produtivos tradicionais. Também estão previstas ações para aprimorar o ecossistema industrial da chamada economia de baixa altitude, além de avanços consistentes no desenvolvimento de alta qualidade da economia digital.
Política fiscal e uso de títulos públicos
Também no sábado, o Ministério das Finanças da China realizou uma reunião para estudar a implementação do trabalho fiscal. Durante o encontro, o ministério afirmou que utilizará diferentes tipos de recursos provenientes de títulos governamentais, incluindo a emissão de títulos especiais de longo prazo do Tesouro, para apoiar grandes estratégias nacionais e reforçar capacidades de segurança em áreas-chave.
Segundo o ministério, esses recursos também serão direcionados para a modernização em larga escala de equipamentos industriais e para programas de troca de bens de consumo, estimulando a demanda interna.
O órgão reforçou ainda que continuará promovendo o consumo e aperfeiçoará a gestão do uso de títulos especiais de governos locais, com o objetivo de ampliar o papel orientador do investimento público e, assim, contribuir para a estabilização e recuperação dos investimentos.
Política monetária e estabilidade financeira
O Banco Popular da China (PBC), banco central do país, também anunciou diretrizes após reunião realizada na sexta-feira. A instituição informou que continuará implementando uma política monetária “moderadamente acomodatícia” e acelerará o avanço de reformas estruturais no lado da oferta financeira.
O banco central declarou que promover o crescimento econômico estável e uma recuperação razoável dos preços será uma consideração central na formulação de sua política monetária. Além disso, o PBC afirmou que adotará medidas para prevenir e mitigar riscos financeiros em áreas-chave, com o objetivo de salvaguardar a estabilidade do sistema financeiro.
Ao mesmo tempo, a autoridade monetária destacou que avançará de forma constante na abertura financeira de alto nível, preservando a segurança financeira nacional como princípio estratégico.




