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China defende no G20 o livre comércio e uma economia mundial aberta

Em discurso na África do Sul, o premiê Li Qiang afirma que o G20 deve renovar o compromisso com o multilateralismo

Li Qiang no G20 (Foto: Xinhua)

247 – O premiê chinês Li Qiang defendeu que o Grupo dos 20 (G20) mantenha o compromisso com a solidariedade internacional, a defesa do livre comércio e a construção de uma economia mundial aberta, durante a primeira sessão da 20ª Cúpula do G20, realizada em Joanesburgo, na África do Sul.

As informações foram divulgadas originalmente pela agência estatal chinesa Xinhua e pelo jornal Global Times.

Li Qiang discursou na sessão de abertura do encontro, dedicado ao tema “crescimento econômico inclusivo e sustentável”, sob a presidência do líder sul-africano Cyril Ramaphosa.

Solidariedade internacional como fundamento

O premiê recordou que o presidente Xi Jinping já havia destacado, no 17º G20, que “solidariedade é força, mas a divisão não leva a lugar algum”. Segundo Li, essa visão se mantém essencial num momento em que o planeta enfrenta um cenário marcado por unilateralismo, protecionismo, aumento de restrições comerciais e tensões entre grandes potências.

Li afirmou que, ao longo das últimas duas décadas, o G20 — composto por países com sistemas políticos, culturas e níveis de desenvolvimento distintos — conseguiu superar desafios significativos graças ao espírito de cooperação.

Desafios atuais e necessidade de cooperação

O premiê chinês alertou que divergências de interesse, fragilidades dos mecanismos de cooperação global e disputas políticas têm atuado como obstáculos à solidariedade internacional. Diante desse cenário, defendeu que o G20 deve “encarar os problemas de frente, buscar soluções de forma conjunta e recolocar todos os países no caminho da solidariedade e da cooperação”.

Ele também pediu que eventuais fricções sejam resolvidas por meio de diálogo em condições de igualdade, ressaltando a importância de “buscar o terreno comum e administrar adequadamente as diferenças”. Li afirmou que o grupo precisa assumir a liderança global na defesa do multilateralismo em tempos de crise.

Reformas na governança global

Li Qiang defendeu a aceleração das reformas no Banco Mundial, no Fundo Monetário Internacional (FMI) e na Organização Mundial do Comércio (OMC), com o objetivo de ampliar a participação dos países em desenvolvimento e construir uma ordem econômica internacional mais justa e aberta.

O premiê destacou ainda o plano de ação lançado pela China para implementar a Iniciativa do G20 de Apoio à Industrialização na África e nos Países Menos Desenvolvidos. Segundo ele, Pequim tem atuado para promover o desenvolvimento comum e reduzir desigualdades estruturais.

Li afirmou que a China apoia a redução da dívida de países em desenvolvimento e, junto com a África do Sul, lançou uma iniciativa cooperativa para a modernização do continente. O país também criará o Instituto de Desenvolvimento Global.

Apelos dos líderes presentes

De acordo com a Xinhua, outros líderes presentes ressaltaram que, nas últimas duas décadas, o G20 se consolidou como plataforma essencial para enfrentar desafios globais, compartilhar oportunidades e promover o desenvolvimento. Eles alertaram, porém, que a atual conjuntura é marcada por instabilidade e incertezas crescentes.

Os chefes de Estado e de governo defenderam que o G20, como representante das principais economias avançadas e emergentes, deve assumir suas responsabilidades, fortalecer a solidariedade e preservar o multilateralismo.

Também pediram a proteção do sistema de comércio multilateral, com a OMC em seu núcleo, e apoio às reformas da governança econômica global, com o objetivo de reduzir disparidades entre países e impulsionar um crescimento forte, equilibrado, inclusivo e sustentável.

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