China exige retratação imediata do Japão sobre Taiwan
China reage a declarações de premiê japonês e convoca embaixador para protesto diplomático
247 – A China convocou o embaixador do Japão em Pequim, Kenji Kanasugi, após declarações consideradas provocativas da primeira-ministra japonesa Sanae Takaichi sobre Taiwan. A informação foi publicada originalmente pelo Global Times, veículo estatal chinês.
Segundo o jornal, o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Sun Weidong, realizou uma “séria démarche” diplomática, acusando Takaichi de ter feito comentários “errôneos, provocativos e perigosos” a respeito do estreito de Taiwan, inclusive insinuando a possibilidade de intervenção militar japonesa na região.
Pequim acusa Tóquio de violar princípios fundamentais
De acordo com o Global Times, Sun afirmou que as falas da primeira-ministra japonesa ultrapassam limites essenciais para Pequim. Ele declarou que Takaichi “abertamente fez comentários provocativos sobre a região de Taiwan, chegando a insinuar a possibilidade de intervenção armada no Estreito de Taiwan”. Ainda segundo o diplomata, “a natureza e o impacto dessas declarações são extremamente graves”.
O vice-ministro criticou o fato de Tóquio não ter recuado, mesmo após protestos formais enviados por Pequim. “A China expressa forte insatisfação e firme oposição”, afirmou Sun, segundo o jornal.
Interferência em assuntos internos e ruptura do entendimento bilateral
Em sua manifestação ao embaixador japonês, Sun Weidong acrescentou que as declarações da premiê:
- representariam uma “interferência flagrante nos assuntos internos da China”;
- violariam o direito internacional e normas diplomáticas básicas;
- feririam os princípios estabelecidos pelos quatro documentos políticos que regem a relação China–Japão;
- e comprometeriam o alicerce político do relacionamento bilateral.
O vice-ministro reforçou que os comentários “ferem profundamente os sentimentos do povo chinês” e ressaltou: “Os 1,4 bilhão de chineses não tolerarão tais declarações”.
Taiwan como linha vermelha para Pequim
Sun reiterou que a questão de Taiwan é central para os interesses estratégicos da China. “Taiwan é parte inalienável do território sagrado da China, e os assuntos relacionados a Taiwan são totalmente internos”, afirmou ele, segundo a reportagem. O diplomata disse ainda que a forma de alcançar a reunificação “é uma decisão exclusiva do povo chinês e não admite interferência externa”.
O vice-ministro também destacou o contexto histórico: 2025 marca os 80 anos da vitória chinesa na guerra contra a agressão japonesa e da restauração de Taiwan sob jurisdição chinesa. “O povo chinês lutou durante 14 anos para derrotar os agressores japoneses”, recordou.
China exige retratação imediata do Japão
Sun concluiu sua manifestação afirmando que qualquer tentativa de interferir no processo de reunificação do país “receberá uma resposta firme da China”. Ele pediu que o governo japonês “reflita profundamente sobre suas responsabilidades históricas”, corrija “imediatamente” o que chamou de “erro grave” e recue das declarações feitas por Takaichi.
A reportagem do Global Times encerra com um alerta de Sun: caso o Japão não mude de rumo, “todas as consequências deverão ser assumidas pelo lado japonês”.




