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PF deflagra operação que mira ataques cibernéticos a deputados

Operação busca suspeitos de derrubar sites de parlamentares e conta com apoio internacional

PF deflagra operação que mira ataques cibernéticos a deputados (Foto: Divulgação/PF)

247 - A Polícia Federal iniciou, nesta terça-feira (2), uma ofensiva contra ataques cibernéticos que atingiram páginas oficiais de deputados federais. A ação detalha que os alvos foram parlamentares que manifestaram apoio ao Projeto de Lei nº 1904/2024, conhecido como PL Antiaborto.

A Operação Intolerans busca esclarecer uma série de ataques do tipo negação de serviço (DDoS), que provocaram instabilidade e, em alguns casos, tiraram do ar os sites dos deputados. A ofensiva digital afetou diretamente a comunicação institucional e comprometeu atividades legislativas.

As investigações apontaram que os ataques foram coordenados e tiveram como alvos políticos de diferentes regiões do país. Para avançar na apuração, a PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão em São Paulo (SP) e Curitiba (PR), onde residem suspeitos ligados à prática.

A operação contou ainda com cooperação jurídica internacional, que contribuiu para rastrear a origem das investidas digitais. A Polícia Federal informou que as investigações continuam para identificar todos os participantes e garantir a responsabilização dos envolvidos.

O caso remonta ao episódio em que a Câmara dos Deputados aprovou, em regime de urgência, o projeto que equipara o aborto realizado após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio. A decisão ocorreu em novembro de 2024 e gerou forte reação popular, levando o então presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), a anunciar que o tema seria analisado com mais profundidade por uma comissão específica — algo que não avançou na gestão atual de Hugo Motta (Republicanos-PB).

O texto é criticado pela falta de debate nas comissões temáticas e pelo endurecimento das punições. A proposta altera o Código Penal para aplicar pena de homicídio simples em casos de aborto após 22 semanas, aumentando significativamente as penalidades. Entre as mudanças previstas, a gestante que realizar ou permitir o procedimento teria pena elevada de 1–3 anos para 6–20 anos. Quem provocar o aborto com consentimento também passaria a responder por 6–20 anos, mesma pena aplicada a quem realizar o procedimento sem consentimento, hoje punido com 3–10 anos.

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