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Adesão da Colômbia ao BRICS fortalece luta contra hegemonia dos EUA na América Latina, diz analista

A intenção de a Colômbia aderir ao BRICS foi um dos pedidos que Petro fez ao seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva

Lula e Gustavo Petro (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
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Sputnik -  A decisão do presidente colombiano Gustavo Petro de solicitar a entrada no BRICS deve ser entendida dentro de um contexto regional turbulento, explicou a especialista Carolina Jiménez à Sputnik.

A intenção de a Colômbia aderir ao BRICS foi um dos pedidos que Petro fez ao seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a reunião realizada em 17 de abril em Bogotá. Se finalizado, o Estado colombiano será o segundo país sul-americano do bloco, visto que a Argentina voltou atrás em sua adesão após o começo do governo de Javier Milei.

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Na visão da professora do Departamento de Ciência Política da Universidade Nacional da Colômbia (UNAL), Carolina Jiménez, um dos efeitos positivos da entrada de Bogotá no BRICS "é econômico".

Jiménez sinalizou que, embora o bloco ainda não seja "uma zona de comércio livre e não tena uma margem clara de isenções fiscais", poderia ser benéfico para a Colômbia ter "acesso a condições preferenciais" ao Banco do BRICS, especialmente para obras de infraestruturas.

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"Trata-se de fortalecer um ator que emerge como uma das maiores economias do mundo e esta opção, em um contexto de crise hegemônica, pode ajudar a fortalecer uma perspectiva mais multipolar. Para a Colômbia, estar nesse movimento pode ser interessante em termos de como anda a disputa hegemônica no mundo", afirmou a analista em entrevista à Sputnik.

A especialista também sublinhou que, assim como conversou com Lula, Petro também dialogou com Andrés Manuel López Obrador do México e todos têm defendido a necessidade de "voltar a ter uma estratégia latino-americana que permita gerar margens de autonomia e ação no contexto geopolítico contemporâneo".

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Para Jiménez, o presidente colombiano demonstrou "a amplitude da margem de relações internacionais que lhe interessa ter" e sobretudo Petro tenta "gerar uma lógica de articulação com governos progressistas da região" em um cenário que apresenta uma "direita reforçada" e vários países que atravessam processos de instabilidade.

"Acho que este compromisso com o BRICS deve ser lido no quadro deste contexto, tanto na geopolítica regional como no cenário internacional", afirmou a professora.

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Ainda em sua visão, é fundamental vincular o compromisso regional do governo Petro com a sua vontade de abertura ao BRICS, seguindo sempre "um jogo geopolítico de distanciamento de uma hegemonia que tem vacilado nas últimas décadas".

A abordagem colombiana ao BRICS consolidaria uma mudança de rumo para o país em comparação aos seus últimos anos, quando emergiu como um dos principais parceiros dos Estados Unidos na região.

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No entanto, a analista descartou que Washington possa responder com algum tipo de sanção a Bogotá por começar a olhar mais para o BRICS e especialmente para a China.

"A China tem negócios importantes com a Colômbia no domínio das infraestruturas, da mineração e de certos desenvolvimentos agro-industriais e sinto que esta é uma possibilidade para continuar a fortalecer essas relações com Pequim", observou.

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Nesse sentido, Jiménez sustentou que Petro "tem procurado ser muito cuidadoso e ter equilíbrio, mantendo um bom relacionamento com os EUA".

"O importante é que a agenda externa da Colômbia se diversificou um pouco. Embora tenha bons laços com os Estados Unidos, também tem bons laços com a China e os países da região", complementou a professora.

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