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Brasileira ligada à porta-voz da Casa Branca é presa e pode ser deportada dos EUA

A detenção ocorre em meio a uma intensificação das ações de imigração promovidas pelo governo Donald Trump

Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca no governo Trump (Foto: AP Photo)

247 - Bruna Caroline Ferreira, brasileira que mantém ligação familiar com a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, está sob custódia do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE) desde 12 de novembro. A informação foi divulgada pela CNN, que conversou com familiares, autoridades e representantes legais envolvidos no caso.

Segundo a rede norte-americana, Bruna foi detida próximo a Boston após agentes identificarem que ela ultrapassou o prazo de permanência do visto de turista, que expirou em junho de 1999. De acordo com um porta-voz do Departamento de Segurança Interna, ela estava vivendo no país ilegalmente e já havia sido detida anteriormente por agressão. Atualmente, encontra-se em processo de deportação.Bruna é mãe do sobrinho de Leavitt. O menino, de 11 anos, mora desde o nascimento com o pai, Michael Leavitt, irmão da porta-voz, no estado de New Hampshire. Uma fonte ouvida pela CNN afirmou que Bruna e Leavitt não mantêm contato “há muitos anos”.

O advogado da brasileira, Todd Pomerleau, afirmou que ela foi beneficiária do DACA — programa criado na era Obama para proteger de deportação jovens que chegaram ao país ainda crianças. Ele explica que sua cliente não conseguiu renovar o status migratório durante as tentativas do então presidente Donald Trump de encerrar o programa em seu primeiro mandato. Mesmo assim, assegura que ela está atualmente em um “processo legal de imigração” em busca da cidadania americana.A secretária de imprensa Karoline Leavitt, questionada pela afiliada WMUR, optou por não comentar o caso.

Detenção e impacto familiar
De acordo com o advogado, Bruna foi detida enquanto dirigia para buscar o filho. Ela e Michael Leavitt, que foram noivos, compartilham a guarda da criança. Em entrevista à WMUR, Michael relatou que o menino ainda não conversou com a mãe desde a prisão e descreveu o momento como “difícil”, afirmando que seu objetivo é “apenas o melhor para o filho”.A situação mobilizou familiares da brasileira. Uma campanha de arrecadação no GoFundMe, criada por sua irmã, Graziela Dos Santos Rodrigues, já supera US$ 15 mil para custear despesas legais. Em texto publicado na página, Graziela afirmou: “Bruna foi trazida para os Estados Unidos por nossos pais em dezembro de 1998, quando ainda era criança… Desde então, ela fez tudo ao seu alcance para construir uma vida estável e honesta aqui”. Ela reforçou que a irmã “manteve seu status legal por meio do DACA”.

Pressão migratória
A detenção ocorre em meio a uma intensificação das ações de imigração promovidas pelo governo Donald Trump, que alega já ter deportado cerca de 500 mil imigrantes neste mandato. Autoridades têm destacado que beneficiários do DACA não são imunes às operações.Em declaração recente à Associated Press, a secretária adjunta de Segurança Interna, Tricia McLaughlin, reforçou essa orientação: beneficiários do programa “não estão automaticamente protegidos contra deportações”, afirmando ainda que “o DACA não confere qualquer tipo de status legal neste país”.A defesa de Bruna busca reverter a deportação enquanto o caso reacende discussões sobre imigração, DACA e políticas de endurecimento adotadas pela atual administração norte-americana.

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