Trump recua e diz não haver data limite para acordo de paz na Ucrânia
Presidente dos EUA afirma que negociações avançam, mas evita fixar prazo para entendimento entre Kiev e Moscou
247 - A bordo do Air Force One, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que não existe mais um prazo rígido para que Ucrânia e Rússia cheguem a um acordo de paz mediado por Washington. As informações foram divulgadas pela Reuters, que acompanhou a comitiva presidencial rumo à Flórida para o feriado de Ação de Graças.
A Reuters detalha que Trump recuou da exigência anterior de que Kiev aceitasse até quinta-feira (27) um esboço de acordo apoiado por Washington. O presidente também minimizou uma matéria que mencionava supostas orientações do enviado americano Steve Witkoff aos negociadores russos sobre como abordar o plano de cessar-fogo.
Trump afirmou que os representantes dos EUA estão “fazendo progressos” nas conversas com Moscou e Kiev, indicando que a Rússia “aceitou algumas concessões”, embora não tenha especificado quais seriam. Uma proposta preliminar divulgada na semana anterior reacendeu temores de que Washington pudesse pressionar a Ucrânia a aceitar um entendimento considerado favorável ao Kremlin.
O presidente informou ainda que seu enviado Steve Witkoff viajará a Moscou na próxima semana para se reunir com Vladimir Putin. Segundo ele, Jared Kushner — que atuou na negociação do acordo de Gaza, que resultou em um cessar-fogo temporário também está envolvido no processo.
Nos últimos dias, Trump havia apontado o feriado de Ação de Graças como a data ideal para um acerto que encerrasse a guerra. Agora, porém, o presidente e sua equipe descartam a imposição de um limite firme. “O prazo para mim é quando isso terminar”, disse Trump durante o voo.
A mudança ocorre após reportagem da Bloomberg afirmar que Witkoff, em ligação com Yuri Ushakov, conselheiro de política externa de Putin, sugeriu formas de avançar no cessar-fogo e até como organizar uma conversa direta entre Trump e Putin antes da visita do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy à Casa Branca.
Indagado sobre a reportagem, Trump disse que não ouviu o áudio citado pela Bloomberg, mas não demonstrou surpresa. “Sabe, essa é uma forma muito comum de negociação”, afirmou. “Imagino que ele esteja dizendo a mesma coisa para a Ucrânia.”
Trump voltou a sinalizar que Moscou estaria em posição vantajosa no conflito e indicou que isso deveria influenciar a decisão de Kiev. Ele declarou que parte do território ucraniano “pode ser tomada pela Rússia de qualquer maneira” nos próximos meses, reforçando a necessidade de um acordo. O presidente afirmou também que garantias de segurança para a Ucrânia estão sendo negociadas com países europeus.



