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China avança na corrida da IA e ameaça liderança global dos EUA, alerta assessor de Trump

Para David Sacks, czar da inteligência artificial e das criptomoedas do governoTrump, domínio chinês no setor pode mudar o equilíbrio

Imagem: Unsplash

247 - A disputa global pelo domínio da inteligência artificial (IA) ganhou novo capítulo nesta terça-feira (15), com declarações contundentes de David Sacks, conselheiro especial do presidente norte-americano Donald Trump para IA e criptomoedas. Em entrevista à Fox News, repercutida pela agência Sputnik Brasil, Sacks alertou que uma eventual derrota dos EUA na corrida tecnológica pode representar uma profunda mudança na geopolítica mundial.  As informações são do Sputnik . 

“Se perdermos a corrida da IA para, digamos, a China, isso poderá alterar o equilíbrio de poder no mundo de uma forma muito desfavorável para o nosso país. Portanto, temos que vencer a corrida da IA”, afirmou o assessor.

Sacks destacou que a China já forma atualmente metade dos pesquisadores em IA do planeta, o que, na visão dele, coloca o país em vantagem estratégica. Apesar disso, acredita que os Estados Unidos ainda têm chances de liderar o setor, desde que consigam consolidar sua tecnologia como padrão internacional. 

“Queremos que a tecnologia americana seja o padrão global. Queremos usá-la, obviamente, nos Estados Unidos. Também queremos exportar e vencer, e [desejamos] que o mundo inteiro use nossa tecnologia. É assim que nos tornamos o padrão”, explicou.

A declaração veio no mesmo dia em que Donald Trump participou de um evento sobre energia e inovação no estado da Pensilvânia, onde anunciou novos investimentos para a construção de data centers de IA e modernização da rede elétrica — uma tentativa de alinhar infraestrutura energética com ambições tecnológicas. 

“Estamos aqui hoje porque acreditamos que o destino dos Estados Unidos é dominar todos os setores e ser o primeiro em todas as tecnologias — e isso inclui ser a superpotência número um do mundo em inteligência artificial”, disse o presidente norte-americano.

Desde seu retorno à Casa Branca em janeiro, Trump tem apostado na combinação entre abundância energética e inovação tecnológica como eixo central de sua política industrial. Segundo ele, as grandes reservas de petróleo e gás dos EUA poderão garantir o protagonismo americano tanto no setor da IA quanto no mercado de criptomoedas.Alerta global e disputa ideológica

A corrida pela inteligência artificial já extrapola os limites do desenvolvimento científico e tecnológico, tornando-se um elemento central da disputa entre potências. Para os EUA, o risco de ver a China assumir a dianteira nesse campo implica não apenas em perdas econômicas, mas também em desvantagens geoestratégicas.Especialistas têm apontado que o país asiático investe fortemente em educação, infraestrutura digital e militarização da IA, com o objetivo de consolidar um modelo tecnológico autônomo e exportável — o que preocupa estrategistas ocidentais que veem na hegemonia digital um dos pilares do poder contemporâneo.

Enquanto isso, no hemisfério sul, países como o Brasil também observam com atenção o avanço da disputa. Em fevereiro deste ano, autoridades brasileiras reforçaram que a América Latina precisa agir com urgência no campo da IA, reconhecendo o tema como um “imperativo estratégico”.

A crescente militarização da tecnologia e sua instrumentalização geopolítica devem continuar no centro das discussões internacionais, especialmente em fóruns que tratam de segurança cibernética, inovação e soberania digital.

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