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      China se junta à União Europeia e ASEAN para se opor à guerra comercial dos EUA

      Ministro do Comércio da China diz que as chamadas tarifas recíprocas dos EUA infringem os interesses de todas as nações e violam as regras da OMC

      União Europeia e China (Foto: Global Times )
      José Reinaldo avatar
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      247 - O Ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, se reuniu separadamente com representantes da União Europeia (UE) e da Malásia, que exerce a presidência rotativa da Asean, para uma troca profunda e franca de opiniões  sobre o fortalecimento da cooperação econômica e comercial bilateral e a resposta às chamadas tarifas recíprocas impostas pelos EUA, informou o Ministério do Comércio (MOFCOM) em declarações nesta quinta-feira (10).

      Durante a reunião do ministro chinês do comércio com o Comissário Europeu para Comércio e Segurança Econômica, Maros Sefcovic, na terça-feira, a China e a UE concordaram em iniciar prontamente consultas para discutir exaustivamente questões relacionadas ao acesso ao mercado, criar um ambiente de negócios mais favorável para as empresas e iniciar imediatamente as negociações sobre compromissos de preço para veículos elétricos, bem como explorar a cooperação em investimentos na indústria automotiva China-UE, de acordo com o MOFCOM.

      Ambas as partes apoiaram a retomada do mecanismo de diálogo de medidas comerciais China-UE para abordar questões de desvio de comércio e lidar adequadamente com os atritos comerciais. Eles também expressaram seu compromisso com o fortalecimento da comunicação no âmbito da OMC, o avanço conjunto da reforma da OMC e a manutenção do sistema multilateral de comércio, tendo a OMC como seu núcleo, de acordo com o Ministério do Comércio.

      Wang destacou os sinais positivos da conversa telefônica do premiê chinês, Li Qiang, com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na terça-feira.

      Em suas conversas com Sefcovic, Wang expressou a disposição da China em trabalhar com a UE na implementação do consenso dos líderes, no fortalecimento do diálogo e no aprofundamento do comércio, do investimento e da colaboração industrial.

      Wang destacou que as chamadas tarifas recíprocas dos EUA infringem gravemente os interesses legítimos de todas as nações, violam descaradamente as regras da OMC, minam seriamente o sistema multilateral de comércio baseado em regras e desestabilizam a ordem econômica global.

      "Tais ações são uma manifestação típica de unilateralismo, protecionismo e intimidação econômica. A China se opõe firmemente a isso e tomou contramedidas para salvaguardar resolutamente seus direitos e interesses legítimos", disse Wang.

      Wang alertou que a recente ameaça americana de impor tarifas adicionais de 50% à China só agravaria as tensões. "Guerras comerciais não têm vencedores e o protecionismo não leva a lugar nenhum."

      Wang reiterou a prontidão da China para as negociações, mas a resposta chinesa continuará até o fim se os EUA prosseguirem.

      Wang enfatizou que, nas circunstâncias atuais, a China e a Europa, ao defenderem conjuntamente o sistema multilateral de comércio baseado em regras e aderirem à liberalização e facilitação do comércio, injetarão maior estabilidade e segurança na economia mundial e no comércio global.

      Sefcovic afirmou que os aumentos de tarifas dos EUA interromperam gravemente o comércio internacional, impactando significativamente a Europa, a China e as nações vulneráveis. Embora os EUA representem apenas 13% do comércio global de mercadorias, a UE está disposta a trabalhar com a China e outros membros da OMC para salvaguardar o funcionamento normal do comércio global, de acordo com o MOFCOM.

      A UE valoriza suas relações econômicas e comerciais com a China e está pronta para aprimorar o diálogo e a comunicação com a parte chinesa para expandir o acesso bilateral ao mercado, o investimento e a cooperação industrial, disse Sefcovic.

      Na segunda-feira, Sefcovic afirmou que a UE está preparada para utilizar "todas as ferramentas" para se proteger do impacto das tarifas dos EUA caso as negociações fracassem, de acordo com a Agência de Notícias Xinhua.

      Na quarta-feira, o Ministro do Comércio da China realizou uma videoconferência com Tengku Zafrul Abdul Aziz, Ministro do Investimento, Comércio e Indústria da Malásia (MITI), presidente rotativo da ASEAN em 2025, durante a qual as duas partes tiveram uma troca de opiniões aprofundada e franca sobre o aprimoramento da cooperação econômica e comercial entre China, Malásia e China e ASEAN, e a resposta conjunta às chamadas tarifas recíprocas impostas pelos EUA.

      Zafrul afirmou que o MITI já declarou que as políticas do governo dos EUA são inconsistentes com os princípios de comércio livre e justo estipulados pela OMC.

      A Malásia respeita plenamente a posição da China e está pronta para defender conjuntamente o multilateralismo e o desenvolvimento do comércio global. A Malásia realizará consultas com os membros da ASEAN para abordar coletivamente as medidas de "tarifas recíprocas" dos EUA, disse Zafrul, de acordo com o comunicado do MOFCOM.

      A Malásia implementará medidas fortes para mitigar o impacto das tarifas americanas impostas à Malásia, disse Zafrul na segunda-feira, segundo a Xinhua.

      Durante a conversa com Zafrul, Wang expressou novamente a forte oposição da China às tarifas americanas e que a resposta chinesa continuará até o fim.

      "As chamadas tarifas recíprocas impostas pelos EUA desconsideram completamente os resultados equilibrados alcançados ao longo de anos de negociações comerciais multilaterais e ignoram o fato de que os EUA há muito tempo colhem enormes benefícios do comércio internacional. Essas medidas minam gravemente os direitos e interesses legítimos de todas as partes, incluindo a China e os países da ASEAN, representando um ato típico de intimidação unilateral", disse Wang.

      Tais ações dos EUA não apenas prejudicam os próprios interesses dos EUA, mas também colocam em risco o desenvolvimento econômico global e a estabilidade das cadeias industriais e de suprimentos, desferindo um duro golpe no sistema de comércio internacional, enfatizou Wang.

      O Ministro do Comércio afirmou que a China está pronta para trabalhar com seus parceiros comerciais, incluindo os membros da ASEAN, para aprimorar a comunicação e a coordenação. Com base no respeito mútuo, a China abordará as respectivas preocupações por meio de diálogo e consultas equitativas, defendendo conjuntamente o sistema multilateral de comércio.

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