Como nova ordem executiva de Trump intensifica ofensiva contra estaleiros chineses
Medida publicada nesta semana visa fortalecer a indústria naval dos EUA e impõe barreiras a equipamentos portuários ligados à China
247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na última quarta-feira (9) a ordem executiva intitulada “Restaurando a Dominância Marítima da América”, com o objetivo de "revitalizar a indústria naval americana" e reduzir a dependência de equipamentos portuários fabricados na China. A iniciativa, reportada pela Reuters, representa mais um capítulo na escalada de medidas protecionistas adotadas por Washington contra Pequim.
A nova ordem executiva substitui uma proposta anterior que previa a cobrança de tarifas de até US$ 1,5 milhão por atracação de navios ligados à China em portos americanos. Após críticas de executivos do setor durante audiências públicas, esse valor foi retirado do texto final, embora a intenção de restringir a influência chinesa nos portos dos EUA permaneça.
Além disso, a medida solicita ao Escritório do Representante de Comércio dos EUA que considere a imposição de tarifas sobre guindastes de cais e outros equipamentos de movimentação de carga com vínculos chineses. Essas tarifas abrangeriam sistemas fabricados, montados ou contendo componentes produzidos na China, bem como aqueles fabricados por empresas controladas ou significativamente influenciadas por cidadãos chineses, independentemente do local de produção.
A aplicação dessas tarifas teria impacto significativo nos portos americanos, uma vez que a fabricante chinesa ZPMC, sediada em Xangai, detinha cerca de 70% do mercado global de guindastes STS (ship-to-shore) e forneceu aproximadamente 80% dos guindastes encomendados por portos dos EUA em 2024.
Em declaração à imprensa, Trump afirmou que os EUA investirão "muito dinheiro em construção naval" para restaurar a capacidade do país nesse setor estratégico.
A ordem executiva reflete a estratégia do governo Trump de tentar fortalecer a infraestrutura industrial doméstica e reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros, especialmente em setores considerados críticos para a segurança nacional. A medida também se alinha a outras ações recentes da administração, como a imposição de tarifas sobre produtos importados e a revisão de acordos comerciais internacionais.
Especialistas do setor alertam para possíveis repercussões dessas medidas, incluindo o aumento dos custos operacionais nos portos e a possibilidade de retaliações comerciais por parte da China. No entanto, o governo argumenta que tais ações são necessárias para proteger os interesses econômicos e estratégicos dos Estados Unidos.
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