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Egito sediará cúpula internacional sobre Gaza com participação de líderes globais

Evento em Sharm El-Sheikh reúne Donald Trump, Emmanuel Macron, Pedro Sánchez e Giorgia Meloni

Palestinos comemoram nas ruas o acordo de cessar-fogo em Gaza (Foto: Ramadan Abed/Reuters)

247 - O Egito receberá nesta segunda-feira (13) uma cúpula internacional dedicada à crise em Gaza. O encontro ocorrerá no resort de Sharm El-Sheikh, no nordeste da Península do Sinai, e será presidido em conjunto pelo presidente egípcio, Abdel Fattah El-Sisi, e pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo informações divulgadas pela agência Prensa Latina, cerca de 20  chefes de Estado e de governo confirmaram presença, entre eles Emmanuel Macron (França), Pedro Sánchez (Espanha) e Giorgia Meloni (Itália).

Na última sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelatty, reuniu-se com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, para acertar detalhes logísticos e políticos da conferência. As conversas incluíram a implementação da primeira fase de um acordo que busca encerrar o genocídio perpetrado por Israel contra o povo palestino em Gaza. 

Primeiros passos para um cessar-fogo

Israel e Hamas chegaram, na semana passada, a um entendimento preliminar que prevê a troca de prisioneiros como etapa inicial de um cessar-fogo. Em cumprimento ao acordo, o exército israelense já iniciou uma retirada parcial da Faixa de Gaza. Paralelamente, agências da ONU e organizações não governamentais internacionais se mobilizam para coordenar a chegada de um grande volume de ajuda humanitária à região, que contabiliza mais de 67 mil mortos nos últimos dois anos de guerra.

Essa primeira fase deverá abrir caminho para negociações mais complexas, incluindo temas como a governança do território e o futuro das armas do Hamas, que até agora se recusa a entregá-las.

Divergências sobre a reconstrução política de Gaza

Enquanto partidos e movimentos palestinos defendem a criação de um governo nacional de caráter tecnocrático sem qualquer supervisão externa, o plano elaborado por Donald Trump propõe a instalação de um “Conselho de Paz”, sob sua liderança, para administrar a região. O organismo teria como missão supervisionar o território até que a Autoridade Nacional Palestina concluísse seu programa de reformas.

O esboço do plano inclui ainda a participação do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair como peça central na administração temporária da Faixa de Gaza. Essa indicação, no entanto, provocou forte reação negativa entre lideranças palestinas, que consideram Blair um defensor dos interesses israelenses.

Expectativas para a cúpula

A reunião em Sharm El-Sheikh é vista como uma oportunidade crucial para avançar no processo de paz e tentar encerrar um dos conflitos mais sangrentos da região nas últimas décadas. Contudo, as divergências sobre a governança futura e a participação de figuras internacionais no controle do território colocam em xeque a aceitação plena das propostas em discussão.

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