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      EUA e Ucrânia se reúnem hoje na Arábia Saudita, em primeiro encontro entre autoridades depois de tensões na Casa Branca

      Encontro visa avaliar possíveis concessões ucranianas e redefinir estratégia para encerrar guerra com a Rússia

      Volodymyr Zelensky e Donald Trump (Foto: Reuters/Brian Snyder)
      José Reinaldo avatar
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      247 - Autoridades dos Estados Unidos e da Ucrânia se reúnem nesta terça-feira (11) na Arábia Saudita em um esforço para reparar as relações bilaterais, abaladas após um confronto tenso entre o presidente americano, Donald Trump, e o líder ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, na Casa Branca no mês passado. O encontro também busca avaliar se a Ucrânia está disposta a fazer concessões para avançar na proposta de Trump de encerrar rapidamente a guerra com a Rússia. As informações são da agência Reuters.

      Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump reverteu a política externa dos EUA em relação ao conflito, priorizando um acordo rápido com Moscou. O presidente americano interrompeu a assistência militar a Kiev, suspendeu o compartilhamento de inteligência e passou a negociar diretamente com o Kremlin, deixando a Ucrânia em uma posição delicada. 

      O confronto entre Trump e Zelenskiy na Casa Branca, no entanto, aprofundou as tensões entre os dois países. O impasse também deixou em suspenso um acordo de minerais, que Trump considera essencial para justificar o apoio contínuo dos EUA à Ucrânia. Sob pressão, Zelenskiy tem tentado demonstrar compromisso com o fim do conflito, mas Kiev ainda busca garantias de segurança dos EUA, vistas como vitais para qualquer acordo de paz.

      Concessões e desafios

      Em declarações a jornalistas na segunda-feira (10), o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, destacou a necessidade de concessões de ambos os lados para alcançar um cessar-fogo. "Temos que entender a posição ucraniana e ter uma ideia geral de quais concessões eles estariam dispostos a fazer, porque não conseguiremos um cessar-fogo e o fim desta guerra a menos que ambos os lados façam concessões", afirmou Rubio, que viajou para Jeddah acompanhado pelo conselheiro de segurança nacional, Mike Waltz. 

      Do lado ucraniano, as negociações serão lideradas por Andriy Yermak, principal assessor de Zelenskiy. O presidente ucraniano, que esteve na Arábia Saudita na segunda-feira para se reunir com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, não participará diretamente do encontro.

      Enquanto Rubio adotou um tom cauteloso, o enviado especial de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, mostrou-se mais otimista. Witkoff, que foi convocado para mediar as negociações com a Ucrânia, expressou esperança de que o acordo de minerais entre os dois países seja assinado em breve. Ele também planeja visitar Moscou para se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, segundo fontes próximas ao processo.

      Pressão europeia e dilemas ucranianos

      Aliados europeus da Ucrânia têm alertado que qualquer negociação com a Rússia deve ser feita a partir de uma posição de força. Eles argumentam que Kiev não deve ser pressionada a fazer concessões prematuras, especialmente diante de um agressor que ainda não demonstrou intenções claras de paz. Zelenskiy, por sua vez, tem reiterado que Putin não busca a paz e que uma derrota clara da Rússia é essencial para evitar futuros ataques a outros países europeus. 

      Rubio evitou especificar quais concessões seriam necessárias, mas admitiu que a Ucrânia enfrenta dificuldades para recuperar todo o território perdido para a Rússia. "Kiev teria dificuldade em recuperar todo o seu território perdido", disse o secretário de Estado, sugerindo que a Ucrânia pode precisar reconsiderar suas expectativas em relação às negociações.

      Cenário incerto

      O encontro em Jeddah ocorre em um momento crítico para a Ucrânia, que busca equilibrar a necessidade de apoio internacional com a preservação de sua soberania e integridade territorial. Enquanto os EUA pressionam por um acordo rápido, os europeus defendem uma abordagem mais cautelosa, temendo que concessões prematuras possam enfraquecer a posição ucraniana e incentivar futuras agressões russas.

      A reunião também reflete a complexidade da diplomacia de Trump, que tem priorizado negociações diretas com Moscou, muitas vezes em detrimento de aliados tradicionais. O resultado das conversas em Jeddah pode definir não apenas o futuro das relações entre EUA e Ucrânia, mas também o rumo do conflito com a Rússia e a estabilidade geopolítica na Europa.

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