Greve geral na Bolívia paralisa estradas contra o adiamento das eleições que favorece a direita

247 - Convocados pela Central Operário Boliviana (COB), trabalhadores realizam nesta segunda-feira, 3, uma greve geral com mobilizações contra o adiamento das eleições legislativas, que deveriam ocorrer no dia 6 de setembro, para 18 de outubro. 

Após o golpe, a direita assumiu com um governo provisório através de Jeanine Áñez e está adiando as eleições por medo de uma vitória eleitoral do Movimento al Socialismo (MAS), do ex-presidente deposto Evo Morales.

O principal ponto dos protestos é Senkata, uma zona de El Alto - cidade operária que é foco da luta dos trabalhadores nos últimos anos, centro da luta contra o neoliberalismo que permitiu a ascensão de Morales e da luta contra o golpe no final do ano passado. Também ocorrem manifestações em Cochabamba e Santa Cruz.

Os trabalhadores em greve fecharam importantes vias do país para fortalecer a paralisação. A orientação de bloquear as estradas nacionais foi da própria COB.

O ex-presidente Evo Morales, que está exilado, denunciou que o atual governo golpista quer ganhar tempo adiando as eleições para “continuar a perseguir os dirigentes dos movimentos sociais e os candidatos do MAS”. Após a derrubada de Evo, aumentou a perseguição às organizações populares com milícias fascistas linchando pessoas publicamente.