Irã acusa EUA, Israel e Europa de conduzir uma ofensiva total contra o país
O presidente Masoud Pezeshkian afirma que Teerã vive cenário de guerra complexa, com sanções, isolamento e ameaças militares coordenadas pelo Ocidente
247 - O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou que o país enfrenta uma ofensiva abrangente conduzida pelos Estados Unidos, Israel e potências europeias, caracterizando o momento como uma verdadeira “guerra total” contra a República Islâmica. Segundo ele, a combinação de sanções econômicas, isolamento diplomático e ações militares representa uma tentativa deliberada de impedir a sobrevivência e o desenvolvimento do país.
“Na minha opinião, estamos em guerra total com os Estados Unidos, Israel e a Europa. Eles não querem que o nosso país sobreviva”, declarou o presidente iraniano, informa reportagem da Telesur. Pezeshkian ressaltou que, apesar das dificuldades internas e externas, as Forças Armadas do Irã estão hoje mais bem preparadas do que em períodos anteriores e advertiu que qualquer nova agressão será respondida com ainda mais contundência. “Qualquer ataque receberá uma resposta mais decisiva”, afirmou.
As falas do presidente surgem seis meses após a guerra de 12 dias entre Israel e Irã, desencadeada por um ataque israelense sem precedentes contra instalações militares e nucleares iranianas, além de áreas civis. De acordo com autoridades de Teerã, os bombardeios deixaram mais de mil vítimas. Posteriormente, os Estados Unidos se juntaram à ofensiva, atacando três instalações nucleares do Irã, o que levou à suspensão das negociações sobre o programa nuclear iraniano iniciadas em abril.
Pezeshkian comparou o atual cenário ao conflito entre Irã e Iraque, travado entre 1980 e 1988, mas destacou que a situação atual é ainda mais desafiadora. “Esta guerra é pior que a guerra do Iraque contra nós”, disse, ao enfatizar que a pressão contemporânea envolve múltiplas frentes, indo além do confronto militar direto.
Desde que Donald Trump retornou à Casa Branca em janeiro, Washington retomou a política de “máxima pressão” contra o Irã, estratégia que já havia sido aplicada durante seu primeiro mandato. A política inclui novas sanções destinadas a sufocar a economia iraniana e reduzir drasticamente suas exportações de petróleo no mercado internacional.
No mesmo contexto, França, Alemanha e Reino Unido impulsionaram, em setembro, novas sanções no âmbito das Nações Unidas relacionadas ao programa nuclear iraniano, reforçando o cerco diplomático e econômico contra Teerã. Estados Unidos e aliados acusam o Irã de buscar o desenvolvimento de armas nucleares, alegação que o governo iraniano nega de forma reiterada.
Para as autoridades iranianas, tanto as sanções quanto os ataques militares fazem parte de um plano coordenado para enfraquecer a soberania nacional e impedir o avanço tecnológico e militar do país. Pezeshkian reiterou que, apesar das pressões, o Irã mantém capacidade de resistência e conta com forças armadas fortalecidas.
A tensão deve ganhar novos contornos com o encontro previsto entre o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e Donald Trump, o atual presidente dos Estados Unidos, marcado para a próxima segunda-feira (29), na Flórida. Segundo informações divulgadas pela imprensa internacional, Netanyahu pretende defender novas ações militares, desta vez direcionadas ao programa de mísseis iraniano. Para Teerã, a reunião confirma a coordenação estratégica entre Washington e Tel Aviv na escalada de confrontos contra a República Islâmica.

