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Lula anuncia viagens à Índia, Coreia do Sul e Alemanha em 2026

Presidente anuncia viagens para ampliar comércio, cooperação tecnológica e presença empresarial do Brasil

Brasília - (DF) - 15/12/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (d) e o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana (e), participam da inauguração da nova sede da ApexBrasil e ato alusivo à abertura de 500 novos mercados para a exportação de produtos agropecuários Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta segunda-feira (15) que pretende realizar, em 2026, uma série de viagens internacionais consideradas estratégicas para ampliar a inserção do Brasil no comércio global e fortalecer parcerias tecnológicas e industriais. A declaração foi feita durante cerimônia em Brasília que celebrou a abertura de mais de 500 mercados para produtos brasileiros e a inauguração da nova sede da ApexBrasil.

Lula contextualizou as viagens dentro de uma estratégia mais ampla de atuação internacional do país. Ao recorrer a uma metáfora do futebol, ele afirmou: “O que sempre me incomodou no futebol é que às vezes você tem um jogador que dribla três ou quatro adversários, passa bola livre para marcar o gol, o cara marca o gol e, ao invés de agradecer ao cara que passou a bola, ele corre para a plateia”. Segundo o presidente, os resultados positivos do Brasil são fruto de um esforço coletivo.

Lula afirmou que o avanço da economia brasileira no exterior depende da cooperação entre governo, empresários e diplomacia, além do compromisso com padrões ambientais e de qualidade. “O acerto das coisas que estão acontecendo no Brasil se deve ao aprendizado que tivemos ao longo de muitos anos”, disse, ao destacar a importância da postura ambiental e climática para a competitividade internacional dos produtos nacionais.

Ao detalhar a agenda internacional, o presidente citou inicialmente a participação do Brasil na Feira de Hannover, na Alemanha, prevista para abril. Segundo Lula, o evento é a maior feira industrial do mundo e será uma oportunidade para confrontar padrões ambientais europeus. “Eu quero provar lá na Alemanha que o nosso combustível emite menos CO2 do que o deles”, afirmou, ao criticar sucessivas normas ambientais europeias que, segundo ele, encarecem veículos no Brasil. “Chega do Brasil se apresentar como se fosse um coitadinho. ‘Não posso fazer porque vai gastar’. Quem pensa pequeno nem sonha. É preciso a gente pensar grande.”

Outra viagem anunciada é à Índia, prevista para fevereiro. Lula destacou o baixo volume de comércio bilateral diante do tamanho dos dois países. “É um país de 1,4 bilhão de habitantes e o Brasil de 215 milhões. Não tem sentido a nossa relação comercial ser só de apenas US$ 12 bilhões. É zero”, declarou. Ele ressaltou o potencial de cooperação em áreas como espaço, defesa e indústria farmacêutica, além da troca de experiências na agricultura familiar. “Todo mundo pensa que o Brasil é só o agronegócio. É extremamente importante, mas das 6 milhões das propriedades que nós temos, quase 5 milhões têm menos de 100 hectares.”

A Coreia do Sul também integra a agenda presidencial. Lula afirmou que a visita atende a demandas de produtores brasileiros e destacou a relação pessoal com o primeiro-ministro do país. O presidente explicou que pretende ampliar tanto as exportações quanto as importações. “Quando a gente chega em um país, a gente não pode passar a ideia de que a gente vai lá só para vender”, afirmou. Ele citou o interesse em produtos e tecnologias do setor de beleza, no qual a Coreia é referência mundial, ao mesmo tempo em que pretende promover produtos brasileiros.

Ao final do discurso, Lula reforçou que as viagens à Índia e à Coreia estão previstas para fevereiro e que, em abril, participará da Feira de Hannover, na Alemanha. Para o presidente, a agenda simboliza uma disputa política e econômica em defesa da competitividade brasileira e da ampliação das relações internacionais do país.

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