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Ministro das Relações Exteriores da Alemanha faz primeira visita oficial à China

Viagem ocorre em meio a debates sobre comércio, segurança e competitividade entre os dois países

Johann Wadephul (Foto: Xinhua)

247 - O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, iniciou nesta segunda-feira (8), uma visita oficial à China marcada por expectativas elevadas e pela busca de avanços em temas sensíveis para Berlim e Pequim. Em declarações dadas antes de embarcar, o chefe da diplomacia alemã afirmou que o diálogo presencial com a China é “insubstituível” para fortalecer a liberdade, a segurança e a prosperidade tanto da Alemanha quanto da Europa, informa a Prensa Latina.

A viagem se realiza a convite de Wang Yi, ministro das Relações Exteriores chinês, e incluirá encontros com autoridades do país para tratar de comércio, restrições impostas por ambos os lados e debates sobre a chamada “superprodução”, segundo informações divulgadas pelo canal alemão DWS News.

A programação prevê uma passagem por Guangzhou, importante polo industrial do sul da China. Para Zhou Hong, diretor do Instituto de Estudos Europeus da Academia Chinesa de Ciências Sociais, a visita representa um movimento diplomático relevante, embora ele ressalte a necessidade de avaliar seus resultados com cautela.

A viagem sucede a do ministro das Finanças alemão, Lars Klingbeil, que participou em novembro do 4º Diálogo Financeiro de Alto Nível China-Alemanha. Klingbeil tornou-se o primeiro representante do novo governo de coalizão alemão a visitar o país asiático após o cancelamento inesperado da missão inicial de Wadephul, prevista para 26 de outubro.

Analistas apontam que Berlim enfrenta o desafio de resolver sua postura ambígua em relação à China, tratada simultaneamente como parceira econômica, concorrente internacional e rival sistêmica. A discussão se torna ainda mais relevante diante da dependência alemã de elementos de terras raras provenientes da China, da interdependência na indústria automobilística e do impacto do conflito na Ucrânia sobre a política europeia.

A agenda bilateral também ocorre menos de uma semana após a visita de Estado do presidente francês Emmanuel Macron à China, o que reforça o peso estratégico do diálogo europeu com Pequim em um momento de tensões e redefinições globais.

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