Orban alerta que financiar guerra na Ucrânia pode 'arruinar a Europa'
Líder húngaro desafia apoio europeu à Ucrânia e sugere priorizar negociações de paz
Reuters – O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, afirmou nesta sexta-feira (7) que a União Europeia não pode arcar com o financiamento dos esforços militares da Ucrânia, especialmente diante da incerteza sobre o apoio financeiro dos Estados Unidos. A declaração foi feita em entrevista à rádio estatal da Hungria e ocorre um dia depois de 26 líderes europeus assinarem uma declaração de apoio a Kiev, sem a participação húngara.
Orban, conhecido por sua postura próxima ao presidente dos EUA Donald Trump e por manter laços estreitos com Moscou, também revelou que seu governo pretende realizar uma "consulta pública" sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia nas próximas semanas. A iniciativa faz parte de uma estratégia política interna, enquanto o premiê se prepara para as eleições de 2026 em um cenário econômico desafiante, com a Hungria saindo de uma crise inflacionária e enfrentando uma nova oposição política em ascensão.
Na cúpula europeia de defesa realizada em Bruxelas na quinta-feira (6), os líderes do bloco reafirmaram seu compromisso com a segurança da região, alertando para o risco de uma expansão das ambições militares da Rússia. No entanto, Orban reforçou sua oposição ao envio de armas para a Ucrânia e argumentou que, em vez de prolongar o conflito, a Europa deveria apoiar os esforços de negociação de Trump para um acordo de paz.
"Se agora os EUA deixarem de financiar a guerra, por que os outros 26 Estados-membros da UE teriam condições de levá-la até o fim?", questionou Orban durante a entrevista. "Hoje, parece que eu vetei [o financiamento europeu]. Mas, em poucas semanas, eles voltarão e se darão conta de que não há dinheiro para esses objetivos."
A postura do primeiro-ministro húngaro contrasta com a de outros líderes europeus, que veem Moscou como a maior ameaça à segurança do continente. A estratégia de Trump, por sua vez, tem gerado preocupações entre os aliados da OTAN. Na quinta-feira, ele sugeriu que os EUA não defenderiam os países membros que não investissem o suficiente em sua própria segurança, pondo em xeque a histórica cooperação militar transatlântica.
Enquanto a guerra na Ucrânia segue sem perspectivas concretas de resolução, a divisão dentro da União Europeia sobre o apoio financeiro e militar a Kiev se intensifica, com Orban se consolidando como uma voz dissidente dentro do bloco.
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