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Xi Jinping propõe eliminar causas profundas da guerra na Ucrânia

Líder chinês propõe solução "justa, duradoura e mutuamente aceitável entre Moscou e Kiev"

Xi -Jinping e Vladimir Putin durante encontro em Moscou em 8 de maio de 2025 (Foto: Sergey Bobilev/RIA NOVOST)

247 - Durante uma visita marcada por forte simbolismo histórico e geopolítico, o presidente da China, Xi Jinping, defendeu a necessidade de eliminar as causas profundas da guerra na Ucrânia como caminho para uma paz duradoura. A declaração foi feita nesta quinta-feira (8), em Moscou, durante uma reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, por ocasião do 80º aniversário da vitória soviética sobre o nazismo na Segunda Guerra Mundial.

O encontro, que se estendeu por mais de sete horas e contou com sessões fechadas e ampliadas, resultou em uma declaração conjunta sobre o aprofundamento da parceria estratégica entre China e Rússia, além da assinatura de quase três dezenas de acordos intergovernamentais em áreas como energia, tecnologia, comércio e defesa.

Segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores chinês, Xi reafirmou o compromisso de Pequim com uma "segurança global comum, abrangente, cooperativa e sustentável", sublinhando que "as preocupações razoáveis de segurança de todos os países devem ser levadas a sério, e as causas profundas da crise devem ser eliminadas". Trata-se de uma formulação diplomática que, embora cuidadosa, ecoa a crítica já recorrente da China à expansão da OTAN e à hegemonia unipolar liderada pelos Estados Unidos.

A diplomacia chinesa e o tabuleiro ucraniano

A fala de Xi Jinping não apenas reafirma a posição oficial chinesa de neutralidade quanto ao conflito, mas também representa um posicionamento estratégico que reforça o papel de Pequim como um ator global interessado em promover negociações e desafiar a narrativa ocidental predominante. Ao defender uma solução "justa, duradoura, vinculativa e mutuamente aceitável entre Moscou e Kiev", Xi se distancia das iniciativas diplomáticas ocidentais, que normalmente excluem a Rússia de qualquer negociação significativa sem pré-condições, destaca comentário do canal RT.

Putin, por sua vez, valorizou a postura chinesa e reiterou que a Rússia está disposta a participar de negociações de paz, desde que sem imposições unilaterais. A declaração russa vai ao encontro da estratégia de Moscou de demonstrar abertura ao diálogo, ao mesmo tempo em que reforça suas posições no campo de batalha e na arena internacional.

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