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Braskem planeja caldeira elétrica visando corte de custos e emissões poluentes

Projeto com a ComBio deve reduzir gastos em 20% e diminuir emissões na unidade paulista

Unidade da Braskem (Foto: Divulgação)

247 - A Braskem está avançando na implantação de uma nova caldeira elétrica em sua unidade de Paulínia (SP), iniciativa que promete reduzir em cerca de 20% os custos operacionais da planta. As informações foram divulgadas originalmente pelo Broadcast.

Segundo o serviço de notícias, o projeto é desenvolvido em parceria com a ComBio e tem início de operação previsto para o segundo semestre de 2026. A tecnologia utiliza energia de fontes renováveis e substitui parte do vapor hoje comprado da Refinaria de Paulínia (Replan), sem necessidade de interrupção das atividades industriais.

A caldeira terá capacidade de produção de 12 toneladas de vapor por hora e está em fase de licenciamento ambiental e aquisição de equipamentos. A eletrificação utilizará energia solar e eólica contratada por meio de um dos Power Purchase Agreements (PPAs) assinados pela petroquímica.

Robson Casali, gerente de Desenvolvimento de Negócios de Energia da Braskem, destacou ao Broadcast que um dos diferenciais da iniciativa é permitir ganhos adicionais de eficiência. “Esse é outro ganho do projeto”, afirmou. “Não estamos fazendo apenas uma substituição pura e simples do fornecimento de vapor. Buscamos uma solução que nos permita algumas recuperações de calor no processo, o que proporcionará maior eficiência.”

A parceria firmada com a ComBio prevê um contrato de 15 anos abrangendo aquisição, implantação e manutenção dos ativos. A Braskem operará a caldeira, enquanto a parceira será responsável por garantir a performance dos equipamentos. O modelo modular foi dividido em duas fases, com possibilidade de expansão. “A capacidade do projeto atende à necessidade atual que nosso processo demanda. Mas esse escopo oferece algumas sinergias no caso de uma futura expansão”, explicou Casali.

Para a ComBio, o acordo marca sua entrada no setor petroquímico. O diretor comercial da empresa, Gustavo Marchezin, celebrou a iniciativa: “É um marco porque demonstra que há tecnologias para descarbonizar a indústria com todos os tipos de aplicação e necessidades.” Ele acrescentou que a eletrificação amplia o horizonte de soluções sustentáveis: “Essa planta ajuda a fazer com que o mercado enxergue essa outra vertente de descarbonização. Não só a biomassa ou o biometano, mas a eletrificação como algo sustentável em todos os sentidos.”

A Braskem estima reduzir aproximadamente 65% das emissões de CO₂ — escopos 1 e 2 — da unidade PP 3 PLN com a mudança. “Estamos reduzindo emissões relacionadas à combustão na região”, afirmou Casali. Ele avaliou ainda que o projeto aproxima a planta de atingir emissões quase nulas. “O sucesso desse projeto vai nos permitir ter a segurança de adaptar essa ideia em uma escala maior em outros locais da Braskem.”

A petroquímica possui 27 unidades industriais e mantém a meta de reduzir em 15% suas emissões totais de carbono até 2030. 

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