Debêntures incentivadas batem recorde histórico em outubro, aponta Anbima
Captações alcançam R$ 19,7 bilhões no mês e somam mais de R$ 133 bilhões no ano, impulsionadas pelos setores de energia e logística
247 - As emissões de debêntures incentivadas registraram um desempenho inédito em outubro, atingindo R$ 19,7 bilhões e estabelecendo o maior volume mensal já contabilizado. O avanço sinaliza a força desse instrumento no financiamento de infraestrutura no país e reforça a atratividade do benefício fiscal que isenta o investidor do imposto de renda.
Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), fonte original da informação, que também aponta uma expansão de 25,1% na comparação com outubro de 2024.
De janeiro a outubro, o total emitido chegou a R$ 133,3 bilhões, outro recorde da série histórica. Segundo a Anbima, o crescimento acumulado no ano foi de 19,2% em relação ao mesmo período de 2024, mantendo o ritmo aquecido de captação das debêntures criadas pela Lei 12.431.
O levantamento revela que os setores de energia elétrica e de transporte e logística concentram a maior parte dos recursos, com fatias de 33,8% e 32,6%, respectivamente. As áreas de saneamento (8,8%) e de tecnologia da informação e telecomunicações (5,3%) também se destacam no ranking anual.
Outro indicador relevante é o prazo médio dos títulos. As debêntures incentivadas alcançaram vencimento médio de 12,7 anos, mais que o dobro da média observada nas debêntures corporativas sem benefício fiscal, que ficaram em 5,8 anos no mesmo intervalo.
Entre os investidores, os fundos de investimento seguem como principais compradores. De janeiro a outubro, essas instituições adquiriram R$ 45,1 bilhões em debêntures incentivadas — montante que já supera todo o volume registrado em 2024, quando haviam somado R$ 35,8 bilhões.
No mercado geral de debêntures, somando papéis com e sem incentivo fiscal, outubro também apresentou forte movimentação. O total captado no mês chegou a R$ 59,4 bilhões, o maior valor do ano. No acumulado de 2025, as emissões somaram R$ 376,9 bilhões, queda de 1,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo uma leve acomodação do mercado corporativo tradicional.



