Funcionários do Nubank protestam contra fim do home office e demissões
Funcionários reagem ao fim do home office e às demissões recentes na fintech
247 - Funcionários do Nubank divulgaram um manifesto na noite de quarta-feira (12) para protestar contra o encerramento do modelo de trabalho remoto e contra as demissões ocorridas nos últimos dias. A iniciativa ocorreu durante uma plenária virtual promovida pelo Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, que reuniu cerca de 300 participantes.
O conteúdo, publicado originalmente pelo Broadcast/Estadão, foi lido na reunião sindical e aponta que o banco tomou decisões “arbitrárias” ao impor o regime híbrido a partir de 2026 e ao demitir colaboradores que se manifestaram publicamente durante uma apresentação ao vivo do fundador e CEO, David Vélez, acompanhada por mais de sete mil pessoas.
De acordo com o texto, 12 funcionários foram desligados por justa causa no dia seguinte às manifestações e outros dois na segunda-feira (10). O manifesto sustenta que a postura da direção contrasta com valores anunciados pela própria empresa. “Em total contraste com o discurso de valorização de feedbacks, diversidade e autonomia, o Nubank reagiu com punição aos trabalhadores e trabalhadoras que se opuseram ao novo regime de trabalho”, afirma a carta.
O documento também critica a ausência de embasamento técnico para justificar a mudança no modelo. Segundo o texto, “o que se vê é uma decisão arbitrária, insensível e sem base empírica, que ameaça o nosso bem-estar, a diversidade e confiança que sustentam nossa cultura e afeta profundamente nossas vidas, famílias e estabilidade financeira”.
A carta relembra que o banco cresceu apoiado em equipes remotas e diversas, destacando que “esses resultados são fruto do trabalho de equipes remotas, diversas e comprometidas, que entregaram crescimento, inovação e eficiência à distância”. O manifesto reforça que mais de 90% dos funcionários, segundo a própria Chief People Officer, preferem manter o modelo remoto.
O sindicato relata ainda que os trabalhadores consideram ter sido pressionados a aceitar as mudanças. Segundo a entidade, a mensagem passada teria sido a de “ou aceita ou será demitido”. Além disso, o anúncio, segundo os organizadores do manifesto, não apresentou “qualquer dado, evidência ou justificativa objetiva” que sustentasse a decisão.
A presidente do sindicato, Neiva Ribeiro, afirmou que a entidade não aceitará retaliações: “Os trabalhadores têm que ser ouvidos. Esperamos que, a partir de agora, o Nubank esteja disposto a ouvir as reivindicações que serão apresentadas nas mesas de negociação”. Uma reunião entre representantes do sindicato e a direção da empresa foi marcada para a quarta-feira (19).
Entre as principais críticas, os funcionários citam impactos para cuidadores, pessoas com deficiência e neurodivergentes, além da perda de renda real para quem teria de se mudar para centros como São Paulo ou Rio de Janeiro. O documento conclui exigindo a reversão do retorno obrigatório ao presencial e a recontratação imediata dos demitidos.



