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Governo do Rio estuda venda parcial da Cedae

Secretário descarta perda de controle estatal, mas admite análise de alternativas para modernizar companhia de saneamento

Governo do Rio estuda venda parcial da Cedae (Foto: Cedae/Divulgação)

247 - O governo do Rio de Janeiro avalia a possibilidade de vender parte das ações da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) à iniciativa privada, mas sem abrir mão do controle da estatal. A informação foi confirmada nesta terça-feira (14) pelo secretário estadual da Casa Civil, Nicola Miccione, durante o evento “Diálogos RJ”, realizado na sede da Editora Globo, no centro do Rio. A reportagem é do Valor Econômico.

Segundo Miccione, não existe disposição política nem interesse do Executivo em privatizar totalmente a companhia. “O Estado não vai perder controle acionário da Cedae no curto prazo, nem no médio prazo porque não há ambiente político, nem vontade para isso. Até porque é um ativo importante para ficar na mão do Estado”, afirmou o secretário.

Lucro bilionário e pressões políticas

A análise ocorre em meio a debates na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), onde parlamentares questionam a contratação de um estudo para avaliar alternativas de capitalização da empresa. Em 2024, a Cedae registrou lucro superior a R$ 1 bilhão, o que reforça seu peso estratégico para os cofres estaduais.

De acordo com o secretário, a contratação do estudo busca entender os cenários econômicos disponíveis, sem definição imediata sobre abertura de capital. “É uma etapa natural, como a Sabesp fez anos atrás até chegar a uma solução”, destacou Miccione no painel que discutiu os desafios da gestão pública.

Possíveis alternativas em debate

Entre as hipóteses avaliadas pelo governo estão a reestruturação acionária, que pode envolver a venda de participação minoritária e a entrada de novos investidores, além da emissão de dívida no mercado de capitais. “Pode-se pensar em alternativas de um conselheiro ou dois da iniciativa privada, dando até mais modernização para a empresa, mas de forma muito pensada e cuidada”, acrescentou o chefe da Casa Civil.

Miccione também ressaltou que qualquer decisão passará pelo crivo do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) e pela Alerj, reforçando que o processo será conduzido com transparência e ampla discussão política.

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