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Raízen vende usina Continental ao Grupo Colorado por R$ 750 milhões

Negócio reforça plano de otimização da companhia e amplia presença do Grupo Colorado no setor sucroenergético

Raízen (Foto: Reuters)

247 - A Raízen S.A. (B3: RAIZ4) anunciou a venda da usina Continental, localizada em Colômbia, interior de São Paulo, ao Grupo Colorado por R$ 750 milhões. A transação, que inclui contratos de fornecimento de cana-de-açúcar e ativos agrícolas associados, será liquidada em pagamento à vista após os ajustes de praxe e aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).

De acordo com informações publicadas pelo Brazil Stock Guide, a usina Continental possui capacidade de moagem de cerca de 2 milhões de toneladas por safra, sendo uma das menores operações do portfólio da Raízen. A venda faz parte da estratégia da empresa de otimizar sua base agroindustrial, concentrando esforços em unidades de maior eficiência e rentabilidade. Com essa e outras operações já anunciadas, a companhia passará a operar 24 usinas, com capacidade total de 73 milhões de toneladas por safra.

Segundo o diretor financeiro e de Relações com Investidores da Raízen, Rafael Bergman, a operação está alinhada à política de aprimoramento de resultados da companhia. “Essa transação apoia nossa estratégia de captura de eficiência e melhoria de rentabilidade em toda a plataforma integrada de energia”, afirmou o executivo.

O Grupo Colorado, que já possui ativos nos estados de São Paulo e Paraná, fortalece sua atuação regional com a aquisição. O negócio amplia a capacidade de processamento de cana em uma das principais regiões produtoras do país, reforçando sua presença no mercado sucroenergético.

A decisão de vender a unidade também ocorre em um momento de maior pressão financeira para a Raízen, que enfrenta aumento de endividamento e perspectiva de crédito em queda. O cenário é resultado de ciclos recentes de expansão e da volatilidade nos preços do etanol. Para equilibrar as contas, os controladores — Cosan e Shell — estudam alternativas de capitalização.

Fontes de mercado indicam que BTG Pactual e Perfin, acionistas relevantes da Cosan, podem integrar um plano de reestruturação mais amplo, com possível participação direta na recapitalização da Raízen. Caso se confirme, a medida representará um movimento coordenado para restaurar a confiança dos investidores e preparar o grupo para um novo ciclo de investimentos no setor de bioenergia.

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