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Tesla pressiona cadeia de suprimentos a cortar peças chinesas

Montadora busca reduzir riscos tarifários e acelerar migração para insumos norte-americanos

Carros da Tesla fabricados na China (Foto: Aly Song / Reuters)

247 - A Tesla intensificou a pressão sobre sua cadeia global de fornecimento ao determinar que parceiros industriais deixem de utilizar componentes fabricados na China em veículos montados nos Estados Unidos. A orientação foi revelada pelo Wall Street Journal, que publicou a informação na sexta-feira (15).

Segundo o jornal — citado originalmente pelo WSJ e posteriormente repercutido pela Reuters —, a empresa comandada por Elon Musk já iniciou a substituição de itens chineses e planeja concluir a transição para fornecedores de fora da China dentro de um período estimado entre um e dois anos. A reportagem aponta que executivos envolvidos no processo enfrentam obstáculos decorrentes de tarifas variáveis impostas no contexto da disputa comercial entre Washington e Pequim, o que dificulta a definição de preços e estratégias de produção.

Há pelo menos dois anos, a montadora reforça o uso de peças provenientes da América do Norte para abastecer suas linhas de montagem em território norte-americano, movimento acelerado diante da perspectiva de novos encargos sobre produtos chineses. De acordo com a Reuters, a Tesla não respondeu a pedidos de comentário feitos fora do horário comercial.

O cenário também coincide com um recuo nas vendas de veículos produzidos pela empresa em território chinês. Dados divulgados no início deste mês pela Associação Chinesa de Veículos de Passageiros indicaram queda de 9,9% nas vendas em outubro, totalizando 61.497 unidades, após um avanço de 2,8% registrado em setembro.

A estratégia de diversificação de fornecedores representa mais um capítulo da tensão comercial entre as duas maiores economias do planeta, pressionando o setor automotivo global a redesenhar sua logística e rotas produtivas. Enquanto ajusta sua operação, a Tesla tenta minimizar a exposição às flutuações tarifárias e preservar competitividade num mercado cada vez mais disputado.

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